Fraude em compra de remédios lesou Petrobrás em R$ 6 milhões mensais

Segundo denúncia divulgada pelo 'Fantástico', beneficiário comprou até medicamento para cachorro

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Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga um esquema de compra irregular de medicamentos por funcionários da Petrobrás que lesou a empresa em cerca de R$ 6 milhões por mês. A denúncia foi divulgada neste domingo, 26, pelo programa “Fantástico”, da TV Globo. A fraude é no programa de compra de remédios, um benefício que era concedido a 300 mil pessoas, o que representava um gasto de R$ 20 milhões para a estatal. Destes, o TCU calcula que 30% fossem dispendidos indevidamente.

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A compra só pode ser feita em farmácias credenciadas, pelo próprio beneficiário, mediante receita em seu nome e apresentação do cartão do plano de saúde da empresa. A fraude incluía compra de remédio para próstata por mulheres, de estimulação à produção de leite materno por homens e até remédios para cachorros. 

Foram identificadas mais de 13 mil receitas irregulares em apenas seis meses. Entre elas, receitas sem o nome do médico e com outras informações deixadas em branco.

Um dos casos é de uma aposentada de Salvador em cujo nome foram feitas compras em farmácias de nove cidades diferentes de quatro estados no mesmo dia. Outro é de uma beneficiária de Curitiba que adquiriu remédios veterinários – ela alegou à reportagem que o cão (doente) “também é da família”.

O programa tem 10 anos e foi suspenso pela Petrobrás em setembro de 2015, por determinação do TCU, em razão dos desvios. Ao “Fantástico”, a Petrobrás informou que os funcionários que cometeram irregularidades podem perder seus cargos e serem obrigados a ressarcir a empresa dos valores que gastaram indevidamente.

O TCU vai julgar se o programa deve ser encerrado de vez. Por ora, os beneficiários estão comprando remédios com o próprio dinheiro para, futuramente, pedir ressarcimento da Petrobrás.

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