
25 de setembro de 2007 | 15h25
A França tem no Brasil um parceiro estratégico, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após encontro com o presidente do país, Nicolas Sarkozy, nesta terça-feira, 25. Lula está em Nova York, onde participou da abertura da Assembléia Geral da ONU. Lula afirmou que o francês Nicolas Sarkozy "está totalmente engajado na luta pela reforma das Nações Unidas e na luta pela mudança do procedimento e da forma de funcionamento do G-8 e tem no Brasil um parceiro estratégico". Veja também: Etanol não afeta segurança alimentar, diz Lula na ONU Permitir arma nuclear iraniana pode gerar guerra, diz Sarkozy Bush diz a Lula em Nova York que pode reduzir subsídios agrícolas Chávez cancela discurso na Assembléia Geral da ONU Ban Ki-moon alerta para 'série assustadora de desafios' Leia a íntegra do discurso de Lula na 62ª Assembléia Geral da ONU Veja o que Lula já falou na Assembléia Geral da ONU Na última segunda-feira, o brasileiro se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que disse a Lula estar disposto reduzir os subsídios agrícolas e avançar as negociações da Rodada Doha. Lula classificou a conversa como promissora e reiterou otimismo com o posicionamento norte-americano com relação às questões comerciais. "A conversa que eu tive com o presidente Bush foi uma conversa promissora com relação à perspectiva sobre a rodada de Doha." "Os EUA estão definitivamente com a disposição de flexibilizar o subsídio para que tenha um acordo", afirmou em entrevista aos jornalistas, em Nova York. "Isto é muito importante." O presidente reiterou que sai desta Assembléia Geral da ONU mais otimista do que no ano passado. No discurso que abriu a sessão de debates da 62ª Assembléia Geral da ONU, nesta terça-feira, Lula elogiou o posicionamento do presidente francês sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, para incluir países em desenvolvimento. "Penso que estamos confluindo para um momento político importante, tanto para fechar a Rodada de Doha, quanto para apressarmos a reforma das Nações Unidas", disse o presidente. "Estes são os dois assuntos que interessam aos defensores do multilateralismo e de um comércio realmente livre", completou. Etanol Ainda no discurso, Lula afirmou que os biocombustíveis não afetam a segurança alimentar. "A cana-de-açúcar ocupa apenas 1% de nossas terras agricultáveis". Lula disse que irá definir quais áreas serão destinadas à produção de etanol no País. O presidente afirmou que o Brasil vai sediar, no ano que vem, uma conferência internacional sobre biocombustíveis, e convidou todos os países a participarem do evento. Segundo Lula, o mundo precisa urgentemente de uma nova matriz energética. "O etanol pode ser muito mais que uma alternativa de energia limpa". O presidente Lula frisou que os países mais industrializados "precisam dar o exemplo no combate ao aquecimento global" e disse ser "imprescindível" que eles cumpram as metas do Protocolo de Kyoto. O discurso de Lula na ONU deu grande ênfase ao fim do protecionismo agrícola. "São inaceitáveis os exorbitantes subsídios agrícolas, que enriquecem os ricos e empobrece os mais pobres", disse o presidente. Lula citou positivamente a proposta do presidente francês Nicolas Sarkozy de ampliar o Conselho de Segurança da ONU, com a inclusão permanente de países em desenvolvimento. O Brasil luta historicamente para ter direito a voto no órgão. "É hora de passar das intenções à ação", ressaltou. Outros encontros Após o discurso, Lula deu início aos encontros bilaterais. O primeiro deles, foi com o presidente da Indonésia, Susilo Yudhoyono. Em seguida, com o presidente da autoridade nacional palestina, Mahmud Abbas, e, depois, com o presidente da França, Nicholas Sarkozy. Nesta terça-feira, assim que chegou na sede da ONU, Lula se reuniu com o secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, e o presenteou com o comemorativo dos 50 anos dos painéis de Portinari.
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