França diz não ver contradição em ser secretário em SP

PUBLICIDADE

Por Anne Warth
Atualização:

O futuro secretário paulista de Turismo e líder do PSB na Câmara dos Deputados, Márcio França, disse hoje não considerar contraditório ter sido indicado para o cargo no governo de São Paulo embora seu partido seja aliado do governo da presidente eleita Dilma Rousseff e componha seu ministério, ocupando dois cargos - Fernando Bezerra (Integração Nacional) e Leônidas Cristino (Portos). França disse ter consultado as direções nacional e estadual do PSB antes de aceitar o cargo. Segundo ele, o partido não considerou incompatível ter uma secretaria de um governo tucano, apesar de ocupar cargos no governo petista. "O governador fez um convite partidário e eu aceitei, entendo que eu e o partido todo podemos colaborar com a gestão do governador", afirmou França. "O povo já decidiu. A eleição acabou em outubro e não existe um terceiro turno."França, que chegou a ter seu nome cotado para ocupar uma vaga no ministério de Dilma, disse "considerar honroso" ter seu nome lembrado por petistas e tucanos. "Não acho contraditório. Acho, na verdade, honroso. Estou há muitos anos no partido. Sou secretário nacional do PSB e, portanto, é normal que lembrem do meu nome toda vez que um cargo de relevância é disputado", disse. De acordo com ele, a escolha de Dilma por nomes do PSB do Nordeste levou em conta uma situação "regional"."A escolha da presidente Dilma foi regional e priorizou uma situação de Pernambuco e do Ceará. Não cabia uma outra pessoa que não fosse de Pernambuco ou nem do Ceará. Eu era indicado pela bancada do partido. À medida que não havia outro espaço surgiu a oportunidade em São Paulo", contou. Ele informou que consultou os governadores dos dois Estados - Eduardo Gomes (PE) e Cid Gomes (CE). "Eles entenderam também que era bom eu estar participando do governo de São Paulo e é isso que eu estou fazendo."DesafioEx-prefeito de São Vicente, no litoral paulista, por duas vezes (1997-2004), França afirmou que seu principal desafio será organizar a pasta que foi desmembrada por Alckmin da antiga Secretaria de Esportes e Turismo. A secretaria, de acordo com ele, ainda não possui verba definida, mas França afirmou que suas prioridades serão a criação de um novo centro de convenções na capital paulista para receber eventos de grande porte e a organização de linhas de ônibus turísticas em São Paulo, no litoral e na região serrana, a exemplo de grandes capitais europeias, nas quais os visitantes compram um tíquete que dá direito a circular na cidade e visitar os principais pontos turísticos pagando um preço fixo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.