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Fórum Social é aberto em Porto Alegre

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Por Agencia Estado
Atualização:

Quase quatro mil pessoas participaram nesta tarde da abertura do Fórum Social Mundial (FSM), que teve como palavra de ordem a luta contra o neoliberalismo e a globalização. A solenidade que durou pouco mais de uma hora lotou o Centro de Eventos da PUC de Porto Alegre. Centenas de pessoas se aglomeraram do lado de fora do auditório e acompanharam a cerimônia por monitores de TV. "Nosso desafio é dar um salto de qualidade da luta que travamos contra a exclusão social" disse o governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), resumindo o espirito do Fórum. Segundo ele o fórum é o espaço que a sociedade civil precisava para resgatar a solidariedade. Dutra falou por 21 minutos, no único discurso da cerimônia, já que os outros lideres e autoridades apenas agradeceram a presença dos participantes que vieram de 122 países para participar do fórum até a próxima terça-feira. Ao chegar ao prédio da PUC, o governador gaúcho foi recebido por vaias de um pequeno grupo de estudantes universitários que protestavam contra a ausência de repasse do crédito educativo. O grupo foi cercado militantes do PT, que saíram em defesa de Olívio provocando um bate boca com os manifestantes. Os estudantes foram chamadas de malufistas pelos petistas, que devolveram chamando os partidários de Olívio de "C C", numa referência aos ocupantes aos cargos de confiança do Estado. Antes de Dutra discursar na solenidade, um grupo de música Afro (Afro Tche) abriu a festa, que foi encerrada com a leitura de um texto dramático por uma atriz da cidade, que estava com o dorso nu e pintado. Trabalhadores desempregados de Porto Alegre participaram de uma breve encenação em favor do trabalho exibindo foices, martelos, enxadas e vassouras. Fotos de Sebastião Salgado, retratando trabalhadores de todo o mundo foram intercaladas à encenação. Além de quatro governadores (Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Amapá e Acre) e da vice governadora Benedita da Silva (Rio de Janeiro), estavam presentes o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) e parlamentares do PT. O presidente de honra do PT Luiz Inácio Lula da Silva presente a solenidade foi longamente ovacionado pela platéia que gritava o seu nome. "O encontro vai demarcar uma alternativa não só a Davos, mas a globalização como estamos vivendo. Abre um novo período porque não é uma manifestação de protesto, mas de alternativas" disse o presidente nacional do PT, deputado federal José Dirceu (SP), numa referência ao Fórum Econômico Mundial, que esta sendo realizado simultaneamente na cidade da Davos (Suiça), reunindo partidários da economia globalizadas. Um dos idealizadores do fórum o jornalista francês Bernard Cassen empolgou a platéia, quando reuniu numa frase a proposta do fórum: "porque estamos aqui ? Estamos aqui para mostrar que outro mundo é possível". Ao termino da solenidade, o líder camponês, francês Jean Bové afirmou que o fórum reúne muitas organizações de pessoas que não estão dispostas apenas a lutar contra entidades como a Organização Mundial do Comércio, o Fundo Monetário Internacional, e os bancos, como foi em Seattle, Washington e Praga. "Elas estão aqui para fazer algumas reflexões juntas e tentar defender objetivos diante da globalização", disse Bové.

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