Fortaleza registrou 33 mortes por falta de leitos em UTIs

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Por Agencia Estado
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Em 28 dias Fortaleza contabiliza 33 mortes por falta de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos hospitais públicos. As medidas anunciadas pelo ministro da Saúde, Humberto Costa, na quarta-feira, liberando R$ 4 milhões e criando uma comissão para avaliar a necessidade dos pacientes serem internados em UTIs, ainda não surtiram efeitos práticos. Hoje a Central de Leitos da Prefeitura de Fortaleza divulgou que 11 pessoas estavam na fila nos hospitais públicos esperando vaga na UTI até às 18h. O problema virou caso de polícia. A pedido do Ministério Público Federal, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar responsabilidades pelas 33 mortes. Os primeiros depoimentos estão marcados para quarta-feira, quando serão ouvidos os gestores da Saúde de Fortaleza, o secretário Galeno Taumaturgo, e o do Ceará, secretário Jurandir Frutuoso. Uma batalha judicial é travada no Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, em Recife (PE), onde a Associação dos Hospitais Particulares do Ceará conseguiu derrubar liminar da Justiça Federal do Ceará que obrigava as unidades a receber pacientes transferidos dos corredores dos hospitais públicos. Enquanto liminar esteve valendo (10 dias), 14 pessoas conseguiram, graças à força judicial, leitos de UTIs nos hospitais privados. O Ministério Público Federal recorreu da decisão da presidente do TRF-5ª Região, desembargadora Margarida Cantarelli. Humberto Costa, ao lançar o programa emergencial em Fortaleza, ameaçou intervir na rede privada caso ela não aceitasse os pacientes. A falta de UTIs em Fortaleza, segundo o governador do Estado, Lúcio Alcântara (PSDB), que é médico, se deve a estrangulamento da rede pública estadual. Para aliviar esta situação, Lúcio lançou hoje o programa Saúde Perto de Você, que vai reestruturar os hospitais regionais para que os pacientes do Interior não sejam levados a Fortaleza. O prefeito de Fortaleza, Juraci Magalhães (PMDB), que também é médico, disse que assume integralmente a gestão da saúde, mas espera contar com o apoio do Ministério da Saúde, Governo do Estado e da rede privada. Magalhães anunciou que vai alocar 30 UTIs e lançará na segunda-feira 172 equipes do Programa Saúde da Família.

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