Força sindical lança cartilha sobre mulher

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Por Agencia Estado
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A Força Sindical aproveitou as comemorações do Dia Internacional da Mulher para divulgar os resultados da pesquisa sobre a situação feminina no mercado de trabalho no Brasil, presentes na cartilha "O que as trabalhadoras querem?". De acordo com o levantamento, realizado em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese), os cinco principais problemas enfrentados pelas mulheres no trabalho são: salários baixos, desigualdade de remuneração, falta de benefícios, assédio sexual e reduzido número de creches para deixarem os filhos. Com apoio da Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres (CIOSL), a pesquisa foi coordenada pela socióloga Fátima Pacheco Jordão e realizada com 1.016 trabalhadoras de todo o País. A maioria das entrevistadas trabalha na indústria (56%). Os setores de serviços, comércio e rural têm representação de 19%, 20% e 5%, respectivamente. A secretária Nacional de Políticas para a Mulher da Força Sindical, Nair Goulart, ressalta que os sindicatos têm de promover ações para a solução dos principais problemas apontados e que vão trabalhar nesse sentido. Para a Força Sindical, a questão do assédio sexual chamou bastante a atenção, e imagina-se até mesmo o lançamento de uma campanha de esclarecimento sobre o assunto. Uma das pesquisadoras do Dieese, Solange Sanches, destaca que o estudo mostra o quão importante é a força de trabalho feminina no mercado, que representa 40% do total. "É uma força econômica que não é valorizada da maneira que deve ser e que não pode ser ignorada", diz. Para ela, as mulheres têm de tomar consciência desse poder. Em relação aos salários, Sanches afirma que no ano passado o desemprego caiu, mas os salários não melhoraram, tanto para homens quanto para mulheres. Segundo a pesquisadora, é preciso que ocorra uma redução real das desigualdades salariais nas mesmas funções entre mulheres e homens, pois o "salário das mulheres aumenta, mas o dos homens também e a diferença continua." Outro ponto que deve ser trabalhado é a questão da sindicalização. Do total de entrevistadas, 46% afirmaram ser sindicalizadas, número bem menor que o dos trabalhadores do sexo masculino, de 63%, segundo Sanches. "Temos que trazer as mulheres para o sindicatos", observa. Nair Goulart diz que 22% das entrevistadas afirmaram que não são afiliadas porque não conhecem os sindicatos, 20% porque as entidades não têm boa imagem, e 16% temem represálias do empregador. "São números aos quais precisamos estar atentas", finaliza.

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