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Fleury instala CPI da venda do Banespa

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Por Agencia Estado
Atualização:

A CPI da Câmara sobre a intervenção federal e a privatização do Banespa foi instalada hoje e será presidida pelo deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), governador na época em que a União assumiu o controle do banco paulista. Proposta por Fleury em 1999, a CPI poderá convocar para depor o ministro da Fazenda, Pedro Malan; o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB); e o presidenciável Ciro Gomes (PPS). O ex-governador disse que a apuração terá como foco "as irregularidades praticadas durante o regime de intervenção". Ele descartou a possibilidade de a privatização ser revista, e ressalvou que a CPI não terá caráter oposicionista. "Não se trata de perseguir ninguém." Bastante emocionado, Fleury chegou a chorar, após ser escolhido para a presidência da comissão por 12 dos 14 deputados presentes à sessão de instalação. O outro candidato ao cargo era o deputado Salvador Zimbaldi (PSDB-SP), que recebeu apenas 2 votos. "Aquilo que tanto se falou, que o Fleury quebrou o Banespa, nunca existiu", disse o ex-governador, classificando de "violência" a intervenção ocorrida em dezembro de 1994, no último dia útil de seu mandato. Em 1997, o Banespa foi federalizado e, em 2000, privatizado, passando ao controle do banco espanhol Santander. Fleury acusa o Banco Central de ter alterado um balanço do Banespa para justificar a ação. Um dos deputados que votaram em Fleury foi o 2.º vice-presidente da CPI, Ricardo Berzoini (PT-SP). "Politicamente é bom, pois se trata de uma pessoa muito motivada", afirmou Berzoini. Mas o petista minimizou o poder do presidente da comissão. "Todas as decisões são tomadas em plenário", observou ele. Berzoini era presidente do Sindicato dos Bancários em São Paulo, em 1994, e considera necessário ouvir esclarecimentos de Malan, então presidente do Banco Central; de Ciro, então ministro da Fazenda; e de Itamar, então presidente da República. Para o deputado, a intervenção teve motivação política, pois o correto teria sido esperar a posse do novo governador paulista, Mário Covas (PSDB), em janeiro de 1995. Berzoini disse que o governo Fleury não foi responsável pela dívida do Banespa. "A origem do rombo foi a dívida do Estado com o Banespa, nos governos Montoro e Quércia", afirmou. Segundo ele, Fleury apenas rolou a dívida e foi vítima dos juros altos.

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