Fim da CPMF afetou a todos, diz cientista político

PUBLICIDADE

Por Ricardo Brandt
Atualização:

O cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB)David Fleischer avalia que, com Orçamento novo ou não, os 27 governadores dependem da definição do Orçamento da União. Com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a votação no Congresso ficou para o mês que vem. "Existem muitas transferências e tem também a questão da DRU (Desvinculação de Receitas da União) para ser definida", disse. "Outro problema que depende da União é o fato de que muitos Estados, como Rio Grande do Sul, estão pendurados e dependem de novos empréstimos." Fleischer vê certa dose de tática política nas reclamações dos governadores sobre o Orçamento de 2007, herdado de governos anteriores. Ele destaca que, apesar de elaborado pelos antecessores, o texto foi aprovado pela Assembléia Legislativa. O cientista político admite, no entanto, que, nos casos de sucessão entre rivais, sempre há o risco de herdar "arapucas" orçamentárias. Ele também acredita que, apesar da rigidez da lei na área de gastos, cada político pode imprimir marcas pessoais em sua gestão, dependendo da definição de prioridades. Citou como exemplo o governo do atual presidente: "Lula criou o Bolsa-Família e essa foi a grande marca do governo dele, que ajudou, inclusive, em sua reeleição." Ele apontou ainda casos de governos estaduais, como o de Mato Grosso e o da Bahia, nos quais foram construídos centros administrativos que ficaram como marcas da gestão. Essa tarefa, porém, não é fácil, ponderou Fleischer: "O Orçamento é muito amarrado. Em geral, de 10% a 12% do total fica livre para investimentos em coisas não obrigatórias."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.