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Filho do presidente está tentando gerar uma crise dentro do governo, diz Joice Hasselmann

Deputada se referiu a um vazamento de áudio feito por Carlos Bolsonaro para justificar que Gustavo Bebianno estaria mentindo; o irmão e deputado federal Eduardo Bolsonaro preferiu não se posicionar

Foto do author Amanda Pupo
Por Mariana Haubert , Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou nesta quarta-feira, 13, que o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, está tentando gerar uma crise dentro do governo do próprio pai ao voltar a fazer acusações contra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.

Carlos Bolsonaro disse que ex-secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, mentiu sobre contatos com o presidente Foto: Reprodução Instagram/Carlos Bolsonaro e Dida Sampaio/Estadão

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"É uma coisa de louco, é inimaginável uma coisa dessa. Tem que ter separação. Casa do presidente é uma coisa, palácio é outra coisa. O Palácio [do Planalto] não pode invadir a casa do presidente. Não pode ter puxadinho", disse.

Mais cedo, Carlos escreveu no Twitter que Bebianno mentiu ao afirmar que teria conversado três vezes com o presidente nesta terça, 12. Ele também publicou um áudio que indica ter sido gravado pelo presidente em que Bolsonaro diz a Bebianno que não falará com ninguém. O ministro foi uma das pessoas mais próximas ao presidente durante a campanha eleitoral. "Eles andaram a campanha eleitoral inteira um ao lado do outro. Eles têm total confiança, pelo menos até aqui, um com o outro", afirmou Joice.

Em entrevista ao jornal O Globo, Bebianno negou ser motivo de instabilidade no governo após a repercussão de uma publicação da Folha de S.Paulo, que informa que o PSL, partido do presidente, teria financiado uma candidatura laranja em Pernambuco em outubro de 2018. Bebianno era o presidente da sigla na época. Agora ministro, a publicação das supostas irregularidades o teriam abalado.

Para Joice, o imbróglio precisa ser resolvido por Bolsonaro. "Se há um problema entre o ministro e o presidente, tem que lavar a roupa suja em casa", disse. A deputada afirmou ter recebido R$ 100 mil da direção nacional do partido para financiar sua campanha eleitoral.

Ao chegar à Câmara nesta quarta, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) preferiu não se envolver na polêmica. Ao Estado, ele afirmou que prefere "se resguardar ao silêncio".

"Estou em um compromisso atrás do outro, não consegui me inteirar ainda", disse. Eduardo afirmou que deverá ligar para Carlos Bolsonaro ainda nesta quarta. Ele também visitará o pai, que voltou a Brasília nesta quarta após o período de internação no hospital Albert Einstein, em São Paulo, após a realização de uma cirurgia. 

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"O que tenho acompanhado disso é o que está principalmente no Twitter, a mesma informação que eu tenho é a que vocês têm", disse Eduardo Bolsonaro a jornalistas, ao deixar o edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF) após audiência com o ministro Luís Roberto Barroso.

"Eu vou falar de algo que eu não sei, e de repente posso dar uma canelada aqui, entendeu? Prefiro me resguardar ao silêncio. Essa aí vou ficar devendo - amanhã me perguntem", afirmou.

Indagado se a postagem de Carlos Bolsonaro no Twitter poderia levar à demissão de Bebianno, Eduardo Bolsonaro respondeu: "Olha, não sei, não analisei a gravidade. Não sei".

Sobre a reforma da Previdência, Eduardo Bolsonaro disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai comandar a proposta e ressaltou que o texto também vai passar pela "pitada" do presidente da República. 

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