Fifa ‘sepulta’ Orlando Silva em coletiva internacional

Durante entrevista, secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, já fala em conversar com ‘novo interlocutor’ na próxima reunião no Brasil, em novembro

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, já se refere a Orlando Silva como se ele não fosse mais o ministro do Esporte. Em entrevista coletiva transmitida ao mundo todo na manhã desta sexta-feira, 21, em Zurique, Valcke afirmou que espera se reunir "com o novo interlocutor" em novembro para tratar da organização da Copa do Mundo de 2014. Alvo de denúncias de corrupção, Orlando Silva deve deixar o cargo. O futuro do ministro ainda não foi definido pela presidente Dilma Rousseff, que já sinalizou, no entanto, ser irreversível o desgaste político sofrido nos últimos dias.Na quarta-feira, 19, a imagem do ministro sofreu mais um abalo, quando o Palácio do Planalto sinalizou que assumiria a interlocução de assuntos relacionados à Copa. "Em novembro, espero já me reunir com novo interlocutor apontado por Dilma para a organização da Copa do Mundo", disse Valcke ao se referir à próxima reunião no Brasil. Nesta sexta, o Comitê Executivo da Fifa encerra o terceiro encontro anual da federação e apresenta o relatório das propostas para a Copa de 2014.Ainda durante a entrevista, o secretário-geral elogiou a decisão da presidente por agir rapidamente na solução do episódio. Na última semana, reportagens revelam fraudes da pasta em assinaturas de convênios com entidades e o suposto favorecimento do PC do B, partido de Orlando. No final da noite dessa quinta-feira, 20, a presidente convocou uma reunião de emergência logo que chegou de Angola. Dilma ouviu os relatos do ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, sobre o andamento das investigações na Polícia Federal e no Ministério Público. Orlando Silva não participou do encontro e nesta sexta deve se encontrar com a presidente.O ministro nega a existência de irregularidades e se diz vítima de "linchamento moral". Em seu perfil no Twitter, Orlando Silva voltou a afirmar que não foram apresentadas provas contra ele. "Preparei um relatório com mentiras publicadas desde o fim de semana. Impressiona tantos ataques sem qualquer prova", escreveu na noite desta quinta. Para o presidente do partido, Renato Rebelo, há setores políticos e econômicos interessados na "desidratação" do ministro, entre eles a Fifa e o Comitê Organizador Local do Mundial. No centro desse embate estaria a discussão sobre a Lei Geral da Copa, tema ainda sem consenso entre a federação e o governo brasileiro.De acordo com interlocutores, Dilma não tem convicção do envolvimento do ministro, mas diante do desgaste já busca nomes para substituí-lo. Um dos nomes cotados o da ex-prefeita de Olinda (PE), a deputada Luciana Santos.Atualizado às 12h53

 

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.