FHC tem encontro cordial com Itamar

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Por Agencia Estado
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O encontro do presidente Fernando Henrique Cardoso com o ex-presidente Itamar Franco no seminário Brasil 2003-2006 foi muito cordial. Logo ao iniciar seu discurso, o presidente se dirigiu ao governador mineiro como "meu prezado amigo Itamar Franco, que nos dá a honra de sua presença nesta tarde histórica". O presidente disse que tinha trazido um discurso escrito mas preferiu falar de improviso "ao ver tantos amigos" e para "falar mais emotivamente". Fernando Henrique contou a história de quando foi convidado por Itamar para se transferir do Itamaraty e assumir o Ministério da Fazenda. Ele afirmou que a democracia proporcionou o sucesso do Plano Real, que lembrou, foi muito explicado não só por ele como também pelo ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, que sucedeu FHC no cargo. O presidente recordou que, em 94 dizia-se que o Plano Real era eleitoreiro e que a estabilidade acabaria após as eleições "Não vou dizer os autores dessas frases que estão aí até hoje. Hoje dizem coisas melhores", disse FHC. O presidente afirmou, também, que nunca lhe faltou apoio político de Itamar Franco quando este era presidente da República e FHC era ministro da Fazenda. "Vez por outra há quem diga que eu não reconheça. Mas na história não se borra com borracha", disse o presidente. Em seguida, FHC citou estudos do sociólogo e ex-senador Darcy Ribeiro sobre a moeda e afirmou que "Darcy Ribeiro era oposicionista mas nunca se opôs ao Brasil". Ao final do discurso, o governador Itamar Franco, que é oposicionista, e FHC se abraçaram, se cumprimentaram alegremente. ?Não há liberalismo que caiba? O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que "não há liberalismo que caiba num País como o Brasil". De acordo com ele, o setor público será sempre fundamental no Brasil e o que está acontecendo é a reformulação do estado. Ele afirmou, também, que a sociedade está mudando e que "o Brasil descobriu a desigualdade". Segundo o presidente, a idéia de desigualdade vem desde o descobrimento do Brasil mas a tolerância com ela acabou. "Houve uma pequena melhora em relação à desigualdade, não obstante, vivemos como se ela tivesse sido descoberta agora. É porque a desigualdade agora é intolerável". Ele afirmou, ainda, que é a primeira vez na história brasileira em que há distribuição direta de recursos aos mais pobres. Isso é feito, disse, através de programas como o Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Aposentadoria Rural e outros que, juntos, somam R$ 30 bilhões. Segundo FHC, a arrecadação do Imposto de Renda de pessoa física e pessoa jurídica não chega a esse valor, devendo estar em torno de R$26 bilhões. Sobre distribuição de renda, segundo FHC, o que se pode fazer mais é obter crescimento econômico e emprego, mas de acordo com ele, não adianta reduzir os juros para aumentar o crescimento com alta de inflação "porque depois se paga a conta".

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