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FHC recebe presidente eleito da Colômbia

Por Agencia Estado
Atualização:

As negociações do novo governo colombiano com as Farc (Forças Armadas Revolucionária da Colômbia) e o combate à guerrilha, além da discussão sobre a necessidade de aproximação entre a Comunidade Andina e o Mercosul, são alguns dos pontos de destaque das conversas realizadas no jantar marcado para hoje no Palácio da Alvorada entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente eleito da Colômbia, Álvaro Uribe. O encontro, embora informal, conta, de um lado, com a presença das futuras ministras das Relações Exteriores, Carolina Barco, e da Educação, Cecília Maria Velez, e do outro, com os ministros brasileiros Celso Lafer, do Itamaraty, Paulo Renato, da Educação, Sérgio Amaral, do Desenvolvimento, e o general Alberto Cardoso, do Gabinete de Segurança Institucional. O Brasil sempre se pautou por não interferir diretamente nos problemas internos dos outros países, como é o caso das Farc. Mas se colocou à disposição dos colombianos para ajudá-los, caso eles assim queiram. A postura brasileira é bem diferente da norte-americana, que chegou, até mesmo a oferecer recursos financeiros e tropas militares para auxiliar os colombianos no combate à guerrilha. Dentro desta mesma linha, diplomatas brasileiros viram com reservas informações divulgadas hoje segundo as quais o exército do Chile teria começado a estudar o deslocamento de tropas de seu país para combater a guerrilha na Colômbia. No início da tarde a notícia foi desmentida pela agência EFE. Diplomatas brasileiros reiteraram que o Brasil permanece na sua posição de não intervenção em assuntos internos de outros países. As fronteiras brasileiras permanecem guarnecidas pelos militares para evitar que as guerrilhas avancem para o Brasil, por causa da disposição do novo governo colombiano de promover um grande avanço contra a guerrilha. Mas não há nenhuma indicação, de acordo com militares brasileiros, de que haja movimentações do lado colombiano. Encontro - A chegada de Álvaro Uribe ao Brasil estava prevista para as 17 horas, mas sofreu atraso em mais de duas horas, devido a problemas durante escala do avião que transportava o presidente eleito, na parada em Manaus (AM). O Brasil foi o primeiro país latino-americano escolhido por Uribe para ser visitado, antes de sua posse, marcada para o dia 7 de agosto. A iniciativa foi entendida como tentativa de aproximação entre os governos, que sempre foram distantes. O encontro se resumirá ao jantar no Palácio da Alvorada já que o regresso a Bogotá está previsto para a manhã desta segunda-feira. Antes de receber Uribe, o presidente Fernando Henrique conversou longamente com o ministro Alberto Cardoso. O general apresentou ao presidente um balanço da situação da guerrilha naquele país e as informações disponíveis no Brasil sobre as ameaças que os guerrilheiros fazem aos prefeitos das cidades colombianas. Além de discutir questões ligadas ao problema das Farc, os dois governos querem melhorar as relações bilaterais. O Brasil tem interesse em ampliar os acordos comerciais entre o Mercosul e os países do Pacto Andino (Colômbia, Peru, Bolívia, Venezuela e Equador).

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