FHC recebe Fox para jantar no Alvorada

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu nesta segunda-feira seu colega mexicano, Vicente Fox Quesada, para um jantar no Palácio da Alvorada. O presidente do México e sua esposa, Marta Sahagún de Fox, chegaram à noite a Brasília para uma visita oficial ao Brasil, a primeira desde que Fox assumiu o governo. Em agosto de 2000, o mexicano havia estado no País como presidente-eleito. O jantar no Alvorada teve caráter privado e, de acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, serviria apenas para os presidentes "trocarem idéias". No último encontro, em maio, na cúpula América Latina-União Européia, os dois presidentes chegaram a queixar-se - em uma conversa a sós captada pelos microfones - da falta de disposição dos Estados Unidos em ajudar a promover o crescimento econômico do continente. "O Brasil vai aproveitar as oportunidades. Não vai contra ninguém, mas a favor de nós mesmos", disse ontem Lafer, comentando a política externa brasileira no contexto dos últimos conflitos comerciais com os Estados Unidos. Estratégia Uma das estratégias do governo brasileiro é justamente atrair o México, parceiro dos americanos no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), para uma relação mais estreita com o Mercosul. Tanto que Fox participará como convidado especial, nesta quinta e sexta-feira, da Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Mercosul, em Buenos Aires, na qual o Brasil assumirá a presidência temporária do bloco. "Nós sabemos que é um momento difícil. Não podemos ir além", reconheceu o ministro das Relações Exteriores, referindo-se às possibilidades de o Brasil aproveitar o papel provisório de coordenação do Mercosul para uma política mais agressiva de integração. As dificuldades econômicas da Argentina também deverão fazer parte das conversas entre Fox e Fernando Henrique. Tarifas Amanhã, os dois presidentes assinarão no Palácio do Planalto um Acordo de Complementação Econômica que prevê redução de tarifas no comércio bilateral. Além do setor automotivo, que terá redução progressiva das tarifas (1% nos próximos 12 meses para uma cota de 140 mil veículos) até atingir o livre comércio, em 2006, outros 789 produtos fizeram parte da negociação para preferências recíprocas (151 do setor agroindustrial e 638 do setor industrial). Atualmente os fluxos de comércio entre ambas as economias totalizam cerca de US$ 2,6 bilhões e poderão ter um substancial reforço a partir do novo acordo. O setor automobilístico, por exemplo, avalia que seja possível incrementar em até US$ 12 bilhões as exportações até 2005 graças às negociações com México e Chile. Além de encontros com os presidentes dos três poderes brasileiros, amanhã à tarde, Fox também terá uma agenda especial com os candidatos à Presidência da República - iniciativa considerada "normal" pelo ministro das Relações Exteriores. O candidato do PSDB, José Serra, é o primeiro da lista: será recebido na Embaixada do México às 17h50min, sendo seguido por Ciro Gomes (PPS) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até as 20h de ontem, Anthony Garotinho (PSB) ainda não havia confirmado o encontro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.