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FHC propôs asilo a Menem pouco antes de sua prisão

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso relatou hoje que propôs asilo político ao ex-presidente da Argentina Carlos Menem pouco antes de ele ter sua prisão domiciliar decretada pela Justiça local, há cerca de oito meses. FHC justificou sua atitude como uma resposta ao fato de Menem ter sido sempre favorável ao Mercosul e por ter mantido "um bom relacionamento com o Brasil" durante seus dois mandatos. FHC também informou que manteve pelo menos duas conversas com o ex-presidente enquanto ele estava detido e que continua a falar com ele "de vez em quando". "O presidente Menem foi um homem que sempre ajudou muito o Mercosul e que teve uma relação muito boa com o Brasil. Como ficou visto agora, não tinha nada contra ele especificamente", justificou FHC. "É verdade que é uma decisão da Justiça argentina que eu não discuto", completou, referindo-se à condenação a prisão domiciliar, que foi suspensa na semana passada. Conforme narrou FHC, o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Sebastião do Rêgo Barros, trouxe ao Palácio do Planalto a notícia da possível prisão de Menem no início deste ano. Na ocasião, ele imediatamente disse ao diplomata para repassar ao ex-presidente sua mensagem de que "seria bem-vindo ao Brasil, se fosse o caso". "Mas nunca foi o caso", agregou FHC, que participou hoje, em Lima, da 11ª Reunião de Cúpula Ibero-americana. O presidente indicou, entretanto, que não espera que sua atitude venha a gerar polêmica dentro do atual governo argentino. Ele reiterou que o atual presidente, Fernando De la Rúa, mencionou que não havia razões específicas para o afastamento de Menem da vida pública de seu país. Mesmo na prisão, Menem tornou-se uma figura emblemática da oposição política ao governo De la Rúa. Ele também continua a ser um dos principais líderes do Partido Justicialista (o antigo peronismo), que conta com amplo apoio popular e que foi o grande vencedor das eleições parlamentares de outubro, e pré-candidato de sua legenda à sucessão de De la Rúa.

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