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FHC inaugura interligação elétrica com Venezuela

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso inaugura hoje a interligação elétrica do Brasil com a Venezuela, que garantirá o fornecimento de energia para Roraima por 20 anos. Previsto para ficar pronto em 1998, o sistema sofreu atrasos do lado venezuelano e só começou a operar no último dia 22 de julho. Cerca de 80% da população de Roraima será beneficiada pela interligação do complexo hidrelétrico de Guri-Macágua, na Venezuela, com a capital Boa Vista. A compra da energia venezuelana permitirá desativar usinas termoelétricas a óleo diesel, que consomem US$ 64 milhões por ano para abastecer o Estado. Fernando Henrique participará hoje de duas solenidades: uma em Santa Elena de Uairén, na Venezuela, e outra em Boa Vista. Os benefícios da importação de energia ficarão restritos a Roraima, que constitui um sistema isolado. Isso significa que a interligação não vai reduzir em nada o impacto do racionamento elétrico no País. O novo sistema exigiu investimentos de US$ 185 milhões, sendo US$ 130 milhões da Venezuela e US$ 55 milhões do Brasil. Do lado venezuelano, a linha de transmissão tem 508 quilômetros. O primeiro trecho, de 298 quilômetros, liga o complexo hidrelétrico de Guri-Macágua à cidade de Las Claritas. A seguir, são mais 210 quilômetros até Santa Elena de Uairén. O trecho brasileiro tem 191 quilômetros de extensão, da fronteira até Boa Vista. Foi erguida também uma rede de 23 quilômetros para distribuir a energia na capital e cidades vizinhas. Serão fornecidos 200 MW, o equivalente ao consumo estimado para Boa Vista em 2020. Atualmente, isso representa quase o triplo do consumo diário da cidade, que é de 70 MW. No Brasil, a linha de transmissão foi construída pela Eletronorte, empresa do Sistema Eletrobrás. A distribuição até o consumidor final está sob responsabilidade da Boa Vista Energia (Bovesa). Na Venezuela, a obra ficou por conta da Electrificación del Caroní (Edelca). O contrato de compra da energia elétrica foi assinado em abril de 1997 pelos governos dos dois países, representados pela Eletronorte e a Edelca. Mesmo com a importação, o parque termoelétrico de Roraima continuará instalado para eventualmente complementar o novo sistema ou fazer frente a qualquer imprevisto.

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