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FHC faz ironia com Lula ao comentar economia brasileira

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comentou hoje sobre as perspectivas das economia brasileira para o ano que vem. Em seminário realizado na tarde de hoje ele arrancou risos da platéia de cerca de 200 empresários ao dizer: "O que poderia ser a maior ameaça já está lá. Não tem mais esse risco", numa referência à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2002. Durante a palestra, Fernando Henrique evitou fazer críticas diretas ao seu sucessor. Porém, voltou a criticar "a falta de lideranças políticas que possam fazer a agenda do Congresso caminhar". O ex-presidente também fez um mea-culpa, dizendo que este é um assunto complicado. "Não culpo ninguém, até porque foi difícil para mim", ressaltou. Ao afirmar que é muito complicado fazer previsões sobre o desempenho da economia brasileira em 2005, o ex-presidente voltou a brincar. "Sou cartesiano, mas com alguns graus de candomblé. Desde que não haja problemas externos e desde que o Banco Central não exagere na dose (nas taxas de juros), posso prever que o Brasil vai crescer sim, mas com algum grau de candomblé." Na palestra de cerca de meia hora, o ex-presidente disse que as Parcerias Público-Privada (PPPs) não serão suficientes para o "apetite" do empresariado. "As PPPs não serão um Abre-te Sésamo. Até porque os recursos públicos não serão suficientes para isso", opinou. Nas críticas que fez, Fernando Henrique destacou a não solução da crise fiscal do Estado e a falta de mudanças significativas nos gastos da Previdência. "As contas da Previdência estão piorando. E isto não é responsabilidade só do governo, mas de toda a sociedade", disse. Para ele, os grupos organizados estão se opondo às mudanças no Congresso e lembrou: "O Congresso não vai contra a opinião pública." Na avaliação do ex-presidente, se não houver essas mudanças estruturais no País, será muito difícil haver uma ruptura que permita um crescimento sustentável. "É bom ter otimismo (a respeito do crescimento). Mas desde que haja ações efetivas." E emendou: "Nós perdemos, mais uma vez, o bonde da história. E não digo isso com base numa análise político-partidária, pois vale também para o meu governo."

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