FHC entrega prêmio e reconhece salários baixos entre pesquisadores

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Por Agencia Estado
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Ao discursar nesta quinta-feira na entrega do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica, o presidente Fernando Henrique Cardoso brincou com a platéia de pesquisadores e admitiu que os salários são baixos no meio acadêmico. "O que mais uma pessoa que vive na área acadêmica deseja é reconhecimento. Já que salário não tem mesmo", disse ele, provocando risos. Em seguida, ele tentou amenizar, dizendo que a remuneração é problemática também no governo. "Não é diferente do governo federal. Salário não tem, mas quem sabe o reconhecimento." O presidente anunciou que enviará ao Congresso pedido de urgência constitucional para apressar a votação do projeto de lei da Inovação, que busca facilitar a interação entre empresas, universidades e instituições de pesquisa. Ele comemorou o salto do País na formação de doutores: de mil por ano, em 1993, para 6 mil em 2001. "Fiquei até com medo, porque, daqui a algum tempo, poucos meses, pretendo voltar à comunidade científica e vejo que a concorrência está muito pesada", brincou. O prêmio entregue pela terceira vez é promovido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Ao todo, 355 empresas e instituições concorreram em cinco categorias. Os vencedores foram: Brapenta - Sistemas Integrados (categoria pequenas empresas); Tigre Tubos e Conexões (categoria produto); BR Cenpes (categoria processo); Embraco - Empresa Brasileira de Compressores (categoria grande empresa); e IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas (categoria instituição de pesquisa). Durante o evento, o presidente enfatizou a importância da inovação tecnológica, citando a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como responsável pelo atual estágio de desenvolvimento da agricultura nacional. Mas admitiu que o País precisa melhorar nesse aspecto. "Temos manifestado preocupação no sentido de que é preciso que haja mais inovação na área tecnológica", disse. "Temos avançado mais na área da pesquisa pura do que na área da pesquisa aplicada, sobretudo na área da tecnologia." Ele lembrou a desatenção dos pesquisadores brasileiros na hora de registrar patentes, dizendo que o contrário ocorre em países como a Coréia do Sul, que experimentaram significativos avanços tecnológicos. "Nem vou dar os números, porque não gosto de dar notícias que não são boas", disse.

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