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FHC e Zeca do PT trocam gentilezas em lançamento de projeto

Por Agencia Estado
Atualização:

O lançamento do projeto "Vitelo do Pantanal", de incentivo à exportação de carnes brasileira, acabou em trocas de gentilezas e declarações bem humoradas entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT. O presidente recebeu do governador uma pena de caburé, uma pequena ave do Pantanal, que dá "sorte com as mulheres", conforme Zeca, desde que seja acompanhado por um verso em tupi-guarani. O presente, segundo ele, também era uma forma de contribuição para que os últimos meses de mandato de Fernando Henrique seja de felicidade. Tanto o presidente quanto o governador lembraram que a visita feita hoje à Fazenda Caiman, a 36 quilômetros de Miranda, sudoeste de Mato Grosso do Sul, era a sétima realizada por Fernando Henrique ao Estado. Zeca lembrou que desde quando assumiu o governo, sempre recebeu ajuda do governo federal. "Em 1998, quando resolvi disputar o projeto político, uma das discussões foi o desenvolvimento. E seu apoio foi fundamental para isso", disse Zeca ao presidente, lembrando que tem trabalhado direto com o governo federal e repartindo as loas aos ministros da Integração Nacional, Ramez Tebet, e da Agricultura, Pratini de Morais. Foi a partir da lembrança das visitas anteriores do presidente que Zeca do PT proporcionou um dos momentos mais interessantes do lançamento do projeto. O governador falou que Fernando Henrique já havia recebido o tuiuiú - uma ave pantaneira - e um tucano, entre outras coisas. Hoje, seria a vez da pena de caburé. "Se pegar a ave viva, tirar uma pena pequena e falar um verso (cabure-i ra-gue non vahja falhar quero tu paje para namorar), dá muita sorte com as mulheres", contou o governador, ressaltando: "Dona Ruth (Cardoso) não vai gostar". Mas, além de tudo, era para que o presidente tivesse tranquilidade para o fim de seu governo. O presidente também fez um discurso bem humorado, sempre lembrando da pena do pássaro dada por Zeca do PT, a quem se referia como "governador e amigo". Só não conseguiu pronunciar o nome da ave em tupi-guarani, como fez o governador, que nasceu na fronteira com o Paraguai, onde o idioma é comum. Fernando Henrique continuou brincando, contando que também havia tomado caldo de piranha que, segundo os pantaneiros, tem poder afrodisíaco. Mas ao final, antes de comer churrasco e posar ao lado de dezenas de prefeitos, ele se dirigiu a Zeca e completou: "O momento é muito importante em que podemos nos abraçar. É um momento de fraternidade, humor e amor." O presidente disse que gostava da companhia de Zeca e que privilegiou Mato Grosso do Sul ao nomear o senador Ramez Tebet para um ministério. Além disso, o presidente se denominou como pantaneiro, como o cantor e compositor Almir Sater, também presente ao ato. Vitelo - O Brasil poderá dobrar a exportação de carne bovina, que hoje está em 6.652 mil toneladas, nos próximos cinco anos, com a implantação do programa "Vitelo do Pantanal", lançado hoje pelo presidente. "O saldo comercial da balança agrícola vai crescer. Teremos mais exportações que importações", afirmou o presidente, ao elogiar a qualidade da carne que será produzida no projeto, que ainda está sendo feito experimentalmente na Fazenda Caiman, no Pantanal Matogrossense. O projeto tem como meta aumentar a produção de vitelos (bezerros) numa área de cinco mil hectares. A qualidade da carne, própria para exportação, é superior às do gado comum, já que o tempo de abate dos animais são reduzidos para até 7 meses. "Estamos criando a marca novilho pantaneiro, assim como Marquês de Pombal criou o vinho do Porto", disse o presidente, anunciando a mudança do Ministério da Agricultura para Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), justamente para incetivar o setor.

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