FHC diz que Malan pode ser opção em 2002

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Por Agencia Estado
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Demorou, mas, nesta quarta-feira, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu assumir publicamente que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, poderá ser uma opção à sua sucessão ou até mesmo a outro cargo eletivo no Estado do Rio de Janeiro, nas eleições de 2002. Durante almoço com os líderes dos partidos governistas na Câmara, Fernando Henrique aproveitou a descontração do encontro com os deputados para defender abertamente a filiação partidária de Malan, que até hoje não milita em nenhum partido. Mais tarde, um integrante da cúpula do PSDB confirmou as negociações em torno da filiação de Malan ao partido. "É importante o Malan se filiar porque ele pode ser uma alternativa para a política do Rio de Janeiro", afirmou Fernando Henrique, diante da platéia de seis líderes da base governista na Câmara. O líder do PSDB, deputado Jutahy Magalhães (BA), aproveitou a deixa do presidente para fazer uma brincadeira. "Por que não levá-lo para a Bahia?", indagou o tucano, um parlamentares baianos que sonham em acabar com a hegemonia política do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) no Estado. "O perfil dele (Malan) não é para a Bahia, não", reagiu, em tom de galhofa, o presidente. O nome do ministro Pedro Malan veio à tona nos comentários feitos pelo líder do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), durante o almoço no Palácio da Alvorada. Jefferson contou aos presentes que, em Petropólis, cidade serrana do Rio de Janeiro, Pedro Malan é lembrado com um excelente nome para suceder Fernando Henrique. "Todos na cidade falam da firmeza do Malan", observou o líder petebista. "E vimos nos jornais que o senhor (FHC) mandou o Malan se filiar", completou Jefferson. Como resposta, Fernando Henrique lembrou que o nome do ministro da Fazenda pode ser alternativa para a política do Rio, Estado natal de Malan. Segundo integrantes do comando nacional do PSDB, o presidente Fernando Henrique está empenhado pessoalmente na filiação de Malan ao partido. Em conversas reservadas, o presidente não esconde que o ministro da Fazenda poderá ser uma opção para sucedê-lo. Mas, pondera, que tudo depende da manutenção do sucesso da política econômica do País e da sua própria popularidade no ano que vem para tornar viável uma eventual candidatura do ministro da Fazenda à presidência da República. Ao defender a filiação de Malan, Fernando Henrique Cardoso embaralha ainda mais o quadro sucessório dentro do PSDB, que já tem três candidatos declarados à presidência da República, nas eleições do ano que vem. Os ministros da Saúde, José Serra, e da Educação, Paulo Renato, e o governador do Ceará, Tasso Jereissati, são nomes que vêm sendo postos como prováveis candidatos à sucessão de Fernando Henrique. Agora, com a declaração pública do presidente, o ministro Malan é mais outro que pode vir a entrar na disputa entre os tucanos pela vaga do partido nas eleições presidenciais de 2002.

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