FHC deixa claro que decisões de governo serão suas até 31/12

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso deixou claro, na entrevista que concedeu no Palácio da Alvorada, que durante o período de transição as decisões continuarão sendo estritamente tomadas pelo seu governo. "A decisão é minha até o dia 31 de dezembro. O Lula tem repetido isso, de não querer assumir antes da hora. Com razão. A decisão é do governo, minha", destacou. Segundo Fernando Henrique, uma vez com o candidato eleito, no processo de transição haverá transferência de informações pertinentes que ajudarão o novo governo a tomar as medidas que desejar, de maneira mais adequada quando assumir o governo. "É isso que é transição", esclareceu, ressaltando que não se trata de transferência de responsabilidades. O presidente explicou que na transição o presidente eleito vai receber uma agenda com informações sobre as providências a serem tomadas nos cem primeiros dias de governo. Ministério Fernando Henrique criticou a pressão exercida sobre o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, para que indique já os nomes de um eventual Ministério. "Não creio que seja correto, neste momento, pôr pressão sobre alguém que não é presidente ainda para que indique tal ou qual ministro", afirmou. "O candidato Lula tem razão quando diz que, quando for eleito, vai indicar o Ministério todo. Não vejo que se deva estar cobrando só da oposição qual a posição. A preocupação nossa é com o Brasil." Social O presidente disse que não viu nada de novo nas propostas dos candidatos à Presidência da República em termos de política para a área social. "Nenhuma proposta nova. Zero, zero! Vai fazer mais do mesmo? Vai acabar com a bolsa-escola? Não vai fazer um Fundef?", questionou FHC, sugerindo que os candidatos sejam mais objetivos na discussão das propostas que fizerem na campanha do segundo turno. "O segundo turno vai dar margem à discussão", previu. "Espero que, agora, que estamos chegando mais no momento da realidade, as coisas sejam esclarecidas", afirmou. Fernando Henrique ponderou que o País tem direito de saber com mais firmeza as implicações das propostas que são apresentadas pelos candidatos. "Espero que, se ganhar o Lula, tudo o que o PT votou contra vai votar a favor agora", observou. Posse Fernando Henrique Cardoso disse não acreditar que haja tempo hábil para transferir a data da posse do novo presidente para 6 de janeiro. "Não cabe a mim discutir a data da posse. A data (1º de janeiro) é inconveniente, mas não creio que haja tempo para mudá-la", afirmou. Fernando Henrique disse que não se sente cômodo de ter seu mandato prorrogado por um dia sequer e que sempre defendeu que, se houvesse uma alteração da data de posse presidencial, seria melhor antecipá-la e não adiá-la.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.