FHC critica, mais uma vez, pretensões de Itamar

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Por Agencia Estado
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O presidente Fernando Henrique Cardoso previu hoje que as forças políticas irão formar um "mosaico" para as eleições de 2002. A observação foi feita durante entrevista concedida à Rádio Guaíba, de Porto Alegre (RS), quando Fernando Henrique respondia a uma questão sobre as dificuldades de compor sua base de sustentação em um ano eleitoral. O presidente disse que esta situação não é "a ideal", pois o melhor seria "que os partidos tivessem mais consistência e programas próprios". A seguir, na entrevista que durou quase 17 minutos, deixou uma indagação e uma crítica ao PMDB. "Agora, eu pergunto: se não houver divergência de programas, para que ter candidatos diferentes? Só por que alguém quer ser candidato?", questionou Fernando Henrique. "Alguém que normalmente, no caso do PMDB, quem está querendo mais ser candidato não é de partido nenhum, salta de partido para cá, partido para lá, partido para ele é instrumento para chegar ao governo e quando chega ao governo parece que está enjoado, não quer governar", afirmou, em uma declaração velada que parece ser dirigida ao governador de Minas Gerais, Itamar Fraco (PMDB). Para o presidente, o PMDB será vítima de dissidências motivadas por questões de política regional e não nacional. "Qualquer que seja seu rumo, o PMDB provavelmente terá dissidências por causa das questões regionais e não federais", afirmou. "E a composição das forças políticas vai ser um mosaico", acrescentou. Fernando Henrique lembrou que, ao falar do PMDB, faz comentários sobre um partido que conheceu e do qual foi líder. Fernando Henrique também admitiu que não é bom perder popularidade, mas afirmou que não trabalha em função dela. "É melhor que o governo, eu e ninguém perca a popularidade", declarou. "Agora, entre a popularidade e fazer o que o Brasil precisa, eu faço o que o Brasil precisa", acrescentou. Segundo ele, quem age diferente não pode governar, pois "quem vive só atrás de popularidade imediatamente tem aplauso e no dia seguinte tem dificuldades maiores e tem a condenação da história". O presidente atribuiu a crise energética a problemas climáticos, mas disse que no Brasil há tendência de culpar sempre os "lá de cima". Segundo ele, o "fato verdadeiro" é que faltou água e o governo não pode ser responsabilizado por isso. No da falta de chuvas, "não pode culpar a mim e culpar a Deus é uma heresia", segundo afirmou na entrevista. Sandra Hahn

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