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FHC critica 'janela' proposta para troca partidária

Por Rosa Costa
Atualização:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou hoje as articulações em curso na Câmara dos Deputados para abrir uma "janela" nas regras da fidelidade partidária, para que parlamentares possam trocar de legenda durante um certo período antes das convenções partidárias. Ele chamou o procedimento de "um jeitinho", que, segundo ele, não é bom para o País e nem para o futuro das agremiações políticas. "Se abrir a janela, muita gente pula fora, acho que essas coisas devem ser feitas com seriedade." "Não acho que deva dar um jeitinho, não é bom", afirmou o ex-presidente, quando chegou ao Senado para abrir na Interlegis o ciclo de palestras sobre o poder do Legislativo no mundo. Bem humorado, FHC foi recepcionado na chapelaria pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Rodeado por senadores do PSDB e do DEM, ele brincou ao perceber que um tapete vermelho estava estendido até o gabinete de Garibaldi, que momentos antes recebera o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono. "Vou pelo tapete ou não?", perguntou. Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique defendeu uma regra equilibrada para quem quiser trocar de partidos. Segundo ele, não pode ser o que havia antes de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) agir, "quando as pessoas mudavam de partidos por razões puramente pessoais", mas entende que tampouco os parlamentares podem ficar "enjaulados". "Sei que não é fácil, mas há de se encontrar um ponto de equilíbrio." Uma das proposta que considera válida é a que havia na reforma partidária aprovada no Senado e engavetada na Câmara, que impedia o parlamentar que trocasse de partido de disputar eleição durante um certo período. "Agora, dar um jeitinho, eu sou contra", afirmou.

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