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FHC cobra recursos para cobrir revisão do IRPF

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso determinou à equipe econômica que descubra no orçamento de 2002 de onde podem sair os recursos para cobrir o reajuste de 17,5% do imposto de renda. Fernando Henrique informou ainda aos líderes governistas que somente em janeiro irá sancionar o projeto do IRPF para que, neste período, haja tempo para que sejam feitos estudos e se possa localizar onde os impactos serão menores. A decisão do presidente de pedir à equipe econômica que encontre as verbas foi tomada depois de verificar que os parlamentares, na discussão do Orçamento, não estavam procurando uma forma de compensar o reajuste. Fernando Henrique já havia se convencido da necessidade de sancionar o projeto, uma vez que há uma decisão política do Congresso de conceder os 17,5%, já que há anos a tabela não é reajustada. O presidente não iria correr o risco de vetar a proposta para sofrer o desgaste de ver seu veto ser derrubado. "Como o Congresso não cortou, aí caberá ao governo encontrar a fonte", disse o líder do governo na Câmara, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP). "A decisão de deixar para janeiro foi necessária porque esse trabalho de procura de fontes é demorado", acrescentou Madeira. Fernando Henrique, mesmo fora do País, acompanhou atentamente toda a movimentação do Congresso, que aprovou o Orçamento na madrugada. O presidente telefonou várias vezes para Brasília na noite de ontem, para verificar como andavam as negociações com os parlamentares. O presidente já havia avisado que, em hipótese alguma, teria como conceder algum novo tipo de aumento do salário mínimo. "Chegamos ao limite", disse ele. Na avaliação dele, querer mexer novamente no valor do mínimo era criar uma nova aresta, sem sentido, em um momento em que sequer se havia conseguido encontrar os recursos para cobrir o reajuste de 17,5% do imposto de renda. O Palácio do Planalto já se preparou para publicar uma edição especial do Diário oficial neste final de semana, caso o Congresso não consiga aprovar o Orçamento em plenário. Já houve acordo para que seja feita uma autoconvocação entre os dias 26 e 28 de dezembro, quando se espera que este assunto esteja encerrado. Nesses dias, o presidente espera estar em Brasília. Fernando Henrique convocou para a noite de domingo cadeira de rádio e televisão, quando será transmitida a tradicional mensagem de natal e fim de ano. O pronunciamento, gravado ontem teve por objetivo transmitir serenidade à população e uma avaliação de que 2002 certamente será melhor do que 2001. Amanhã, Fernando Henrique e sua família embarcaram para Miranda, em Mato Grosso do Sul, onde passarão o Natal, na fazenda Caimã, de propriedade do Grupo Klabin. O presidente regressa à Brasília no dia 26, permanecendo na capital, a princípio, até o dia 29, quando viaja para Pardinho, em São Paulo, para a fazenda de seu sócio Jovelino Mineiro, de onde regressa no dia dois.

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