FHC ao PSDB: não é hora de discutir sucessão

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Por Agencia Estado
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O presidente Fernando Henrique Cardoso determinou nesta quarta-feira às principais lideranças tucanas que suspendam todas as discussões em torno da sucessão presidencial de 2002. No almoço no Palácio da Alvorada, no qual estavam presentes nada menos do que quatro presidenciáveis do PSDB, Fernando Henrique foi enfático ao avisar que a hora é de "definir o programa e o perfil do partido" e "não tratar de candidaturas e candidatos". O almoço também serviu para tentar acabar com o clima de mal-estar entre os próprios tucanos que chegou a ser classificado por um ministro do partido como "insuportável". O presidente lembrou que é "fundamental" a união do partido. A avaliação é de que o presidente Fernando Henrique convocou o encontro para tomar pulso do partido, que estava achando desgovernado e em alto grau de conflito interno. Ele teme que as disputas se agravem ainda mais depois da morte do governador Mário Covas, um balizador do partido. Interlocutores do presidente entenderam ainda que a intenção dele ao organizar o almoço foi dar um puxão de orelhas no ministro da Saúde, José Serra, que, se acredita, estaria insuflando a discussão do debate sucessório. Desta vez o presidente sinalizou, por exemplo, que o governador do Ceará, Tasso Jereissati, outro presidenciável presente ao almoço, mostrou que está mais afinado com o discurso do Planalto do que o ministro da Saúde. Em outras oportunidades, Fernando Henrique havia criticado as atitudes de Tasso, que se queixara de estar abandonado pelo presidente. "Discutir nomes agora é perda de tempo", declarou Tasso, que teve seu nome sugerido pelo ex-governador Covas e endossado pelo senador Antonio Carlos Magalhães, maior desafeto do Planalto. Mas Tasso fez questão de avisar que apoiará o nome que o partido escolher, reiterando que o tema sucessão só no final deste ano ou início de 2002. Para o articulador político do governo, ministro Aloysio Nunes Ferreira, "o presidente não precisa ficar falando muito nisso porque todos sabem que se antecipar o debate enfraquece o governo". Além de Serra e Tasso, são candidatos potenciais ao Planalto em 2002 no partido os ministros da Educação, Paulo Renato, e das Comunicações, Pimenta da Veiga.

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