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FHC adia para janeiro sanção do IRPF

Por Agencia Estado
Atualização:

Numa demonstração de que não absorveu as manobras de "uns poucos setores da oposição" que tentaram atrelar a aprovação do Orçamento de 2002 a um novo reajuste do salário mínimo, o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu deixar para o início de janeiro a sanção do projeto que reajustava em 17,5% o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Apesar de ter feito ainda hoje um apelo ao Congresso para votar o Orçamento até o fim do ano, Fernando Henrique disse a alguns parlamentares, em conversas por telefone, que não trataria do projeto do IRPF agora. O presidente afirmou que não pretende vetar a proposta, mas pediu aos deputados e senadores que encontrem as fontes para garantir o aumento. Ele acrescentou que tem até o dia 8 para assinar a sanção e que, nesse período, a área econômica também poderá apresentar algum novo estudo, apresentando uma saída. Fernando Henrique embarcou para Montevidéu hoje e retorna amanhã ao Brasil, mas avisou que não pretende tratar desse assunto. O presidente reconhece que foi surpreendido com a votação da proposta pelo Senado na segunda-feira, mas desistiu de usar o tradicional rolo compressor para forçar o Congresso a votar o Orçamento. Jantar Embora tenha viajado com a esperança de que o Orçamento pudesse ser votado, o presidente avisou que, neste momento, não se empenhará em relação a esse assunto. Na noite de ontem, durante jantar com governadores e alguns ministros do PSDB, o presidente disse que estava "muito cansado" e que, quando retornasse de Montevidéu, seguiria direto para o Pantanal. Fernando Henrique descartou ainda a possibilidade de convocar o Congresso, extraordinariamente - com ônus para o Tesouro -, em janeiro. A postura do presidente é de que, se os parlamentares não querem votar o Orçamento agora, apesar dos prejuízos para o País, ele espera fevereiro.

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