FHC acha estranho que PT esteja de fora

Segundo ele, empreiteira acusada teria sido a única a não doar à sigla

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Por Marcelo Moraes e Carolina Freitas
Atualização:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, em São Paulo, estranhar o fato de o PT não aparecer entre os partidos citados na Operação Castelo de Areia. "Me parece estranho. (A Camargo Corrêa) é uma empresa grande, que certamente deve ter apoiado a campanha de todo mundo. E, pelo que vi, o apoio era legal", disse ele, para ironizar: "Terá sido a única empresa grande que não deu nada ao PT. O partido deveria protestar por não ter recebido nada". Fernando Henrique questionou ainda a forma como a PF divulgou informações sobre a operação. "Tudo corre em segredo de Justiça até que uma partezinha interessa à imprensa, justamente a partezinha em que só aparece a oposição, dando a impressão de que havia alguma coisa suspeita", criticou. A tese foi reforçada em Brasília pelo presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), para quem o governo federal fez uso político da operação. Segundo ele, o governo deixa vazar informações "deliberadamente", sem provas do suposto envolvimento dos acusados. RECURSO A Executiva Nacional do DEM aprovou ontem a decisão de recorrer à 6ª Vara Criminal Federal, em São Paulo, e até ao Supremo Tribunal Federal, para ter acesso a todo o processo sobre supostas doações ilegais feitas pela Camargo Corrêa. O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), seria o envolvido, já que o diretório da sigla no Rio Grande do Norte, comandado por ele, teria recebido R$ 300 mil para a campanha de 2008. O DEM alegou que os recursos foram declarados à Justiça Eleitoral e Agripino exibiu o recibo da doação. Para Maia e Agripino, o governo tenta encobrir com a ação as irregularidades nas obras da refinaria Abreu de Lima. "O ilícito está localizado no superfaturamento da refinaria", criticou Agripino.

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