Fernando Baiano revelou em delação pagamento de R$ 2 mi para Lulinha

Repasse teria sido destinado ao pagamento de despesas pessoais de Lulinha; Baiano teria admitido também contato com Cunha

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Por André Magnabosco
Atualização:

Atualizado às 20h10

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BRASÍLIA - Preso desde o ano passado em Curitiba (PR), Fernando Soares, também conhecido como Baiano e acusado de ser um dos “operadores” do esquema de desvios na Petrobrás, afirmou ao Ministério Público Federal ter feito pagamentos ao empresário Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Segundo o jornal O Globo, Baiano relatou, em acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal, o pagamento de aproximadamente R$ 2 milhões a Fábio Luís, filho mais velho de Lula. 

O repasse de recursos teria sido destinado ao pagamento de despesas pessoais de Lulinha, como o empresário é conhecido. Um profissional com acesso aos autos da Operação Lava Jato confirmou ao Estado a citação ao filho do ex-presidente, porém não soube precisar os valores.

Outro lado. O advogado Cristiano Zanin Martins, que representa o filho do ex-presidente Lula, negou as afirmações de Baiano. “O sr. Fabio Luís Lula da Silva jamais recebeu qualquer valor do delator mencionado”, afirmou. O Instituto Lula, mantido pelo ex-presidente, não comentou.

As afirmações de Fernando Baiano incluem também campanhas presidenciais do PT em 2006, quando Lula disputou a reeleição, e em 2010, ano da primeira candidatura de Dilma Rousseff ao Planalto.

Ainda de acordo com O Globo, na mesma delação, Baiano teria admitido contato com Eduardo Cunha (PMDB), porém sem fazer qualquer revelação mais comprometedora a respeito do presidente da Câmara. Fernando Baiano é apontado como lobista do PMDB no esquema de desvios da Petrobrás e alvo investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato. 

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Baiano foi preso em novembro de 2014, na Operação Juízo Final, etapa da Lava Jato que alcançou o braço empresarial do esquema de corrupção na Petrobrás. Em uma primeira ação, Fernando Soares foi condenado a uma pena de 16 anos e um mês de prisão. Ele ainda responde a outros processos no âmbito da Lava Jato. 

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