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Félix diz que tem condição de controlar ações da Abin

Por Cida Fontes
Atualização:

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Armando Félix, afirmou hoje que tem condições de exercer controle sobre as ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinas (a CPI do Grampo), na Câmara, ele disse que esse controle é feito semanalmente, "duas ou até três vezes por semana", quando se reúne com os diretores da agência, geralmente às terças e quintas-feiras. Félix confirmou que a Abin tem grande autonomia operacional e disse que reafirma sua confiança nos servidores do órgão. O general destacou a atuação do diretor-geral da Abin, delegado federal Paulo Lacerda, o qual, segundo ele, tem "uma das mais belas" folhas de prestação de serviços públicos. Lacerda foi ontem temporariamente afastado do cargo por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a revelação de grampo ilegal contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e membros do Legislativo. O ministro-chefe, em resposta a uma pergunta do presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), confirmou que, entre os modernos equipamentos de gravação de conversas, existe um sistema de interceptação chamado "maleta" e observou que, na internet, há pessoas que afirmam que se trata de sofisticado aparelho de monitoramento de conversas. Itagiba lhe perguntou se essa "maleta" é utilizada em órgãos públicos. O general respondeu que só quem tem a atribuição de fazer interceptações de conversas são as polícias estaduais e a Polícia Federal (PF). "E a Polícia Federal possui essa ''maleta''?", perguntou o deputado. Félix respondeu que não sabe. Itagiba questionou, então, se esses equipamentos teriam sido utilizados por autoridades durante os Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, e mais uma vez o general respondeu que não sabe a resposta.

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