Félix confirma grampo, mas diz não saber a autoria

PUBLICIDADE

Por Cida Fontes
Atualização:

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Armando Félix, afirmou, em depoimento à CPI dos Grampos, na Câmara dos Deputados, que a gravação de uma conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), ocorreu, "concretamente", e os dois interlocutores confirmaram o teor da conversa. O general, a cujo Gabinete é subordinada a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), disse, no entanto, que ainda não tem a informação sobre a autoria da gravação - atribuída a servidores da Abin -, nem sobre o modo como foi feita ou os motivos. Félix disse que o grampo pode ter sido feito dentro do Judiciário ou nas dependências do Senado, ou ainda, a conversa pode ter sido "desviada" de um computador da operadora de telefonia. "Quem fez, como fez e por quê são indagações ainda sem resposta", afirmou o general. Acrescentou que, a partir das medidas adotadas ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva - afastamento temporário do diretor-geral da Abin, delegado Paulo Lacerda, e do diretor-adjunto, José Milton Campana, e a abertura de inquérito na Polícia Federal sobre a denúncia de grampo - "só resta, agora, aguardar o resultado das investigações". O general comentou que não é a primeira vez que a Abin é acusada de fazer escuta telefônica irregular e lembrou que isso ocorreu também nos casos da CPI dos Bingos e da CPI dos Correios.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.