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Feliciano defende jornalista que apoiou 'justiceiros'

Por AE
Atualização:

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), criticou nesta quinta-feira, 06, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que ameaçou processar a jornalista Rachel Sheherazade, do SBT, por seus comentários em defesa do grupo de jovens que detiveram um suposto assaltante, bateram nele, tiraram sua roupa e o deixaram nu preso em um poste com uma trava de bicicleta no pescoço.No seu comentário na TV, Sheherazade disse que a atitude dos "justiceiros" é compreensível. "O Estado é omisso, a polícia desmoralizada, a Justiça é falha O que resta ao cidadão de bem, que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro. O contra-ataque aos bandidos é o que chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite", disse a jornalista.Na Câmara, Ivan Valente a criticou. Disse que ela fez incitação ao crime, à tortura e ao linchamento. Depois, da tribuna, Feliciano a defendeu. "Como responsabilizar a jornalista, ela não criou o fato, apenas informou, e manifestou com parcimônia o que todos nós sentimos, uma insegurança generalizada, e ela apenas demonstrou compreensão pela atitude de pessoas ordeiras e de bem, que apenas extravasaram um sentimento que tem tomado grande parte da sociedade, já que autoridades legislativas não se preocupam em apresentar leis que realmente intimidem quem envereda para o crime, mas ao contrário, tentar atacar quem se indigna numa odiosa inversão de valores", disse Feliciano.Ele também criticou a postura de Valente. "Se sua Excelência está tão preocupado com o horário apropriado para exibição de matérias jornalísticas que não venham a constranger o público, espero a mesma atitude desse senhor em relação à programação das emissoras onde se vê cenas fortes de sexo na novela das seis, programas com cenas de violência em tempo real todos os dias em qualquer horário. Até hoje não vi nenhum comentário do nobre colega em relação aos atos praticado por membros de seu partido no Rio de Janeiro, fartamente noticiado pela imprensa em horário impróprio para menores, isso não configura apologia ao crime e sim se trata do próprio crime, o que a meu ver é bem mais grave."

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