Feijó não irá à CPI do Detran

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Por Elder Ogliari
Atualização:

A CPI do Detran encerra sua fase de tomada de depoimentos nesta quinta-feira sem ouvir o vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Afonso Feijó (DEM), e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas. Os dois foram convidados para comparecer espontaneamente, mas não enviaram resposta ao presidente da comissão, Fabiano Pereira. Feijó disse à imprensa que não vai depor porque não tem informações a dar aos deputados. O vice-governador provocou um terremoto político no Rio Grande do Sul ao divulgar uma gravação na qual o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto (PPS), dizia que os partidos se financiam de órgãos públicos. O alvo de suas denúncias, no entanto, nunca foi o Detran, mas o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), pela contratação, sem licitação, da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs). O banco já se comprometeu a substituir o contrato. Vargas ficará em silêncio até o final de um procedimento prévio de investigação de sua conduta aberto pelo próprio tribunal. Ele é amigo do empresário José Fernandes e pai de Eduardo Vargas, réus de um processo aberto após a descoberta de uma fraude de R$ 44 milhões no Detran, praticada por empresas que superfaturavam seus serviços ou cobravam por serviços não prestados. Na CPI, a oposição tenta encontrar ramificações políticas do esquema. Baseados em conversas gravadas pela Polícia Federal, deputados do PT querem mostrar que o governo do Estado foi informado do esquema e não agiu. O chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcante, está convocado para depor nesta quinta-feira. Ele responderá sobre uma carta que recebeu do empresário Lair Ferst, que se dizia pressionado por pessoas corruptas. Em entrevistas, Cavalcante explicou que não encaminhou o caso para os órgãos competentes porque Ferst não apresentou provas. MANIFESTAÇÃO - Cerca de 50 policiais civis fizeram uma manifestação contra a corrupção lavando o asfalto da Rua Duque de Caxias, diante do Palácio Piratini, nesta quarta-feira. "O dinheiro desviado de órgãos públicos deveria pagar reajustes salariais e horas extras de quem cuida da segurança do cidadão", discursou o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm-Sindicato), Isaac Ortiz. Ao contrário das manifestações de estudantes, professores, sem-terra e sem-teto da semana passada, os policiais não portaram cartazes pedindo a saída da governadora Yeda Crusius (PSDB), mas sugeriram que o caso do Detran seja esclarecido, com punição dos culpados. E entregaram a um funcionário da Casa Civil uma pauta de reivindicações, na qual lembraram que estão sem reajustes há 12 anos.

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