Feia? Petista ofendida por Clodovil dá a volta por cima

Deputada Cida Diogo perde 10 quilos com dieta orientada por nutricionista

Por Eugênia Lopes e BRASÍLIA
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Seis meses depois de ter sido chamada de feia pelo deputado Clodovil Hernandes (PTB-SP), a deputada Cida Diogo (PT-RJ) é uma nova mulher. Dez quilos mais magra, fruto de uma dieta rigorosa feita com um nutricionista da Câmara, Cida garante que a aparência mais esbelta nada tem a ver com o episódio que viveu, em maio, com o costureiro deputado. "Já estava fazendo dieta antes de ele me chamar de feia." Com 1,67 metro de altura e, agora, 69 quilos declarados, Cida Diogo diz que ainda não atingiu sua meta: quer perder mais quatro quilos. "Estou perdendo todas as minhas roupas. Está ficando tudo largo. Vou ter de mandar apertar algumas e dar outras", revela, com ar de felicidade. Apesar da silhueta mais delgada, os modelitos continuam sisudos. Ela afirma que não guarda mágoa de Clodovil, mas recusa-se a cumprimentá-lo. E não são poucas as vezes em que se encontram: seus gabinetes ficam no mesmo andar. "Encontro direto com ele no elevador. Mas não o cumprimento", admite Cida, de 49 anos. "Procuro nem mais falar sobre o episódio, que foi deplorável." Em maio, quando Clodovil a destratou, a petista caiu no choro diante do plenário repleto. O deputado usou palavras de baixo calão e disse que a petista "era tão feia que não poderia ser nem puta". Clodovil foi obrigado a se retratar publicamente para evitar a abertura de processo por falta de decoro parlamentar. "Ele nunca pediu desculpas", reclama Cida, que entrou na Mesa Diretora da Câmara com duas representações contra ele - ambas arquivadas. Definindo-se como uma pessoa "extremamente simples e sem vaidade", mesmo depois de fazer questão de passar batom e pentear o cabelo antes de ser fotografada, ela conta que luta contra a balança desde 1996, quando disputou o primeiro cargo eletivo. Na época, foi eleita vice-prefeita de Volta Redonda (RJ) e ganhou oito quilos. Depois teve dois mandatos de deputada estadual e, em 2006, conquistou uma vaga na Câmara com 70 mil votos. "Sempre ganho peso em campanha eleitoral. Fico com um apetite alucinado", afirma. Casada com um militante petista, Ernesto Braga, com quem tem dois filhos, e filiada ao partido desde os anos 80, Cida passou os últimos dez anos controlando a dieta com ajuda dos Vigilantes do Peso. "Mas não estava mais dando resultado", acrescenta a deputada, que hoje recorre a muitas frutas e legumes. Candidata à presidência do PT do Rio de Janeiro, ela se dedica à área da saúde da mulher. Na Câmara, em fevereiro, apresentou seis projetos de lei, entre eles um que institui o "Dia Nacional da Visibilidade Lésbica". É presidente da Frente Parlamentar GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que reúne 225 parlamentares. Foi eleita para o cargo, em meados de maio, uma semana depois de ter vivido o imbróglio com Clodovil.

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