Fazendeiros liberam acessos a Boa Vista

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de isolarem por três dias a capital de Roraima, fazendeiros contrários à criação da reserva indígena Raposa Serra do Sol aceitaram ordem da Justiça Federal e liberaram as pistas de acesso a Boa Vista. Com a decisão do juiz Hélder Girão Barreto de acatar ação do Ministério Público Federal, os manifestantes seguiram em uma carreata pacífica, por duas horas, para o centro da cidade. O clima em Boa Vista, no entanto, ainda era tenso até as 19 horas. Índios que apóiam os fazendeiros continuavam acampados no prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai). Fechados até então por falta de combustível, os postos de abastecimento voltaram a funcionar. Ao longo do dia, os fazendeiros fizeram manifestações na Praça das Águas, uma das principais da cidade. Não foram registrados incidentes durante a retirada dos tratores e carretas das rodovias. A Polícia Federal vai abrir inquérito para identificar os responsáveis pelo seqüestro e cárcere privado de três religiosos na aldeia Surumu, a 220 km de Boa Vista, segundo o procurador Darlan Airton Dias. Os padres Romildo Pinto de França e Cezar Avellaneda e o missionário Juan Carlos Martinez foram soltos na noite de quinta-feira. Em entrevista ontem, reclamaram ter sofrido "agressões psicológicas" e disseram ter sentido medo de morrer. Também deverá ser investigado o caso de um morador de Boa Vista que era transportado de Manaus em ambulância, anteontem, e acabou morrendo próximo a um dos bloqueios. O fazendeiro Genor Faccio, um dos líderes do movimento contra à proposta do governo de homologar a reserva Raposa Serra do Sol, afirmou que os manifestantes vão continuar no centro da cidade até receberem uma posição do governo que garanta a permanência deles na área. Está revista uma reunião dos líderes do protesto, à noite para avaliar as conclusões dos encontros do governador Flamarion Portela (afastado do PT) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. "Ficaremos aqui na praça até recebermos uma resposta favorável", afirmou Faccio. Carros de som tocaram durante todo o dia o hino nacional.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.