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Fazendeiros gaúchos vigiam cada passo dos sem-terra

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Por Agencia Estado
Atualização:

Preocupados com a montagem de dois novos acampamentos neste mês, os proprietários rurais do Rio Grande do Sul decidiram acompanhar de perto os movimentos dos trabalhadores rurais sem terra. A apreensão aumentou com a notícia de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estaria preparando uma série de invasões para abril. Uma fazenda na metade sul e outra na metade norte do Estado, objetos de disputa judicial entre o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e os proprietários, seriam os potenciais alvos dos sem-terra. ?Temos informações de que as invasões não estão fora de pauta?, diz Antenor Teixeira, da comissão fundiária do Sindicato Rural de Bagé, deixando claro que os proprietários rurais investiram na inteligência para controlar os sem-terra. Os produtores mantém as estradas que levam aos acampamentos vigiadas e os departamentos jurídicos dos sindicatos de sobreaviso para requerer interditos proibitórios à Justiça se perceberam a intenção da invasão. Teixeira admite que a situação é tensa na região. Na madrugada desta segunda-feira, os sem-terra que viviam em quatro bairros de Bagé partiram para um novo acampamento, montado às margens da BR-158 e próximo ao Assentamento Nossa Senhora da Conceição, na divisa dos municípios de Dom Pedrito e Livramento. Os ruralistas perceberam o movimento e acompanharam os ônibus dos sem-terra com pelo menos 50 caminhonetes. Além do novo acampamento próximo à fronteira, onde já foram montadas 50 barracas, o MST havia reunido cerca de 400 famílias de novos sem-terra em Pântano Grande, na semana passada. O terreno foi cedido por um simpatizante da causa. Outros três acampamentos, em Capão do Leão, Arroio dos Ratos e Júlio de Castilhos, existentes desde o ano passado, abrigam mais de duas mil famílias.

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