O fazendeiro de prenome Perrucho, proprietário da fazenda Santa Mônica, é o principal suspeito de ter encomendado a morte do diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon, no Pará, José de Ribamar Nunes dos Santos, no sábado. O sindicalista foi assassinado na porta de casa por pistoleiros que estavam em uma motocicleta. O fazendeiro não foi localizado para comentar a suspeita. O delegado Walter Resende disse que a vítima era líder de dois acampamentos de sem-terra, com 100 famílias em cada um, no interior da fazenda Santa Mônica. Perrucho faria parte de um grupo de fazendeiros da região que não admitem a desapropriação de terras para a reforma agrária. O delegado também apura se o construtor de casas em assentamentos, conhecido por Edmilson, teria participação no assassinato do sindicalista. É que a vítima também vinha denunciando fraudes nas construções de casas nos assentamentos. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) quer que o governo federal crie uma força-tarefa para investigar e coibir a violência contra os trabalhadores rurais no Pará. A entidade vai propor ainda a federalização dos inquéritos policiais relacionados aos crimes contra as lideranças sindicais. "O assassinato de Ribamar não é um caso isolado. Estamos assistindo a uma rearticulação das forças conservadoras no meio rural", disse o presidente da Contag, Manoel dos Santos. Além, de Ribamar, foi assassinado, no dia 29 de janeiro, Ezequiel de Moraes Nascimento, presidente de uma associação de trabalhadores rurais.