04 de novembro de 2015 | 02h00
Araújo ainda vai conversar com Pinato, mas antes deve procurar o próprio Russomanno no intuito de deixar claro que, para a imagem do conselho, é importante que o parecer prévio seja pela admissibilidade do processo contra Cunha já que as provas são robustas e a opinião pública pode se voltar contra o colegiado.
A avaliação interna no conselho é que o petista Zé Geraldo (PT-PA), embora identificado como radical, está sujeito a pressões de seu partido, do governo e até do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - decididos a evitar mais atrito com Cunha, que ainda detém o poder de decidir pela abertura ou não do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para seus colegas, Zé Geraldo é tido como uma incógnita. Ele pode se mostrar obediente ao comando petista como fez no ano passado, quando apresentou questão de ordem para tentar impedir a instauração de processo disciplinar contra o então deputado André Vargas, que acabou cassado. Mas, por outro lado, para evitar desgaste em sua base eleitoral, também pode optar por uma cruzada contra o presidente da Câmara.
Vinícius Gurgel (PR-AP) é considerado o mais pró-Cunha dos três. Em suas páginas nas redes sociais é possível encontrar fotos do deputado na campanha do peemedebista ao comando da Câmara com adesivo no peito e hashtag #estoucomeduardo. Além disso, o partido de Gurgel possui o bilionário Ministério dos Transportes, comandado pelo correligionário Antonio Carlos Rodrigues, que pode ser mais um foco de pressão sobre ele, tendo em vista o interesse do governo em evitar problemas com Cunha. Gurgel, porém, é visto como imaturo e inexperiente.
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