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Família é o maior motivo de queixas de homossexuais ao DDH

Por Agencia Estado
Atualização:

A violência interfamiliar ? provocada por parentes e vizinhos ? é a segunda maior queixa de homossexuais que procuram o Disque-Defesa Homossexual (DDH), só perdendo no ranking das denúncias para o golpe Boa-Noite, Cinderela, em que as vítimas são dopadas e depois roubadas. Um terço das 1.110 ligações recebidas pelo serviço nos últimos quatro anos referem-se à violência praticada por pessoas próximas dos homossexuais. ?Eles apanham, mas há também denúncias de violência psicológica cometida dentro da família. Muitas vezes, esse tipo de agressão é pior que a física?, diz a coordenadora do Centro de Referência contra a Violência e Discriminação Homossexual, Ione Lindgren, que gerencia o DDH. Ela diz também que a violência doméstica (entre casais) se enquadra nesse quesito. ?Os casais homossexuais estereotipam as relações heterossexuais?, acredita. A partir do DDH, a polícia conseguiu identificar e prender três especialistas no golpe Boa-Noite Cinderela, acabou com a ação de duas gangues que atacavam homossexuais em Ipanema (zona sul) e na Lapa (centro), e identificou o criminoso que praticava o Crime da Faca ? armado de faca, ele assaltava travestis que publicavam anúncios em jornal. Os dados foram divulgados durante a apresentação da tese de mestrado em Educação ?Os gestos do silêncio para esconder a diferença?, defendida hoje na Universidade Federal Fluminense pelo professor Márcio Caetano. O trabalho de Caetano discute a homossexualidade dentro da escola. Ele usou os índices do DDH e os dados prévios de uma pesquisa do grupo ativista Arco-Íris, coletados na parada gay, para tratar de homossexualidade e as escolas. ?Sete por cento dos 460 entrevistados declararam que sofreram agressão física ou psicológica dentro do espaço escolar. São pessoas de 14 a 18 anos já expostas à violência?, diz. Para Caetano, a escola dificulta a formação da identidade homossexual. ?A escola considera que todos são iguais. Não leva em conta o aspecto cultural da sociedade, a possibilidade de haver mais uma expressão de sexualidade?, afirma.

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