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Falta sangue nos hemocentros de São Paulo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os hemocentros dos maiores hospitais de São Paulo passaram, nesta segunda-feira, o Dia Nacional do Doador de Sangue, com seus estoques abaixo do necessário. Em alguns, a situação é grave, pela falta do sangue do tipo O negativo - usado nas emergências, pois pode ser recebido por qualquer pessoa, independente de seu tipo sanguíneo. A Fundação Pró-Sangue, maior hemocentro da América Latina, que abastece cerca de 300 hospitais, preparou nesta segunda-feira uma festa para homenagear os doadores. Até sexta-feira, todos receberão lanche e flores. Com isso, a fundação pretende retomar as doações, que caíram cerca de 40% nos últimos dois meses. Em conseqüência, o estoque está reduzido a 3 mil bolsas, quando o ideal seria 3.500. Se chegar a 2.500 bolsas, a situação ficará crítica. Segundo a médica Telma Gonçalves, chefe da Divisão de Medicina Transfusional da Fundação Pró-Sangue, a escassez de sangue tipo O negativo é a mais preocupante. O normal deveria ser cem bolsas, mas só há 35 nos depósitos. "Isso pode comprometer o atendimento de emergência de vários hospitais", alerta. "Ainda mais nesta época de férias e festas de fim de ano, quando ocorrem mais acidentes." No Hospital Beneficência Portuguesa, a falta de sangue O negativo é ainda mais grave. "Temos apenas um quinto do que precisamos", queixa-se a médica Cláudia Maggioni, uma das responsáveis pelo hemocentro. "Deveríamos ter 50 bolsas no estoque, mas só há 10." Quanto aos outros tipos sanguíneos, a situação está no limite. "Não está faltando, mas também não há sobras", diz. Na Santa Casa, as doações mensais caíram nos últimos meses de 4.500 para cerca de 2 mil, o que obrigou o hospital a adiar cirurgias. "É preocupante", admite o médico do hemocentro Dante Langhi. "Vamos fazer uma campanha de conscientização para mais pessoas doarem." Depois de ter diminuído o atendimento no seu pronto-socorro, o Hospital São Paulo (HSP), ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é outro que está com problemas em seu hemocentro. As doações se reduziram à metade do mínimo necessário, caindo de 3 mil para cerca de 1.500 por mês. Além do próprio HSP, o hemocentro também abastece os bancos de sangue do Hospital do Rim e Hipertensão, da Maternidade Amparo Maternal e do Instituto de Oncologia Pediátrica. "O volume de sangue hoje é insuficiente para isso", explica a assistente social do hemocentro do HSP, Regina Rodrigues. Por isso, a exemplo da Fundação Pró-Sangue, o hemocentro do HSP aproveitou o Dia Nacional do Doador para realizar uma campanha a favor da doação de sangue freqüente. "Tentamos esclarecer alguns mitos", diz Regina. "Mostramos que não é verdade que o sangue afina ou engrossa, ou que alguém emagreça ou engorde doando sangue."

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