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"Falhas técnicas" causaram acidentes com aviões da TAM

Por Agencia Estado
Atualização:

Os dois aviões da TAM, que fizeram pousos forçados na última sexta-feira em São Paulo, tinham falhas técnicas. Os erros - um vazamento de combustível, e um "calço hidráulico", que impediu o trem de pouso de baixar - foram descobertos pelos técnicos do Departamento de Aviação Civil (DAC), que periciaram as aeronaves, e divulgados em nota ontem à noite. O órgão divulgou ainda que a provável causa do acidente ocorrido no Acre, em que 23 pessoas morreram, foram as más condições climáticas. No avião PT-MQH, que fez um pouso forçado numa fazenda em Araçatuba, foi descoberto um vazamento na tubulação de acesso à bomba de alta pressão de combustível do motor direito da aeronave. Isso teria ocorrido por um deslocamento do bocal de acoplamento da tubulação à bomba, que provocou o consumo rápido de combustível. O motor direito apagou e, em seguida, próximo do momento do pouso, o motor esquerdo deixou de funcionar - ambos por falta de combustível. O DAC quer saber o que causou o deslocamento do bocal e vai verificar ainda se os procedimentos da tripulação foram corretos. O departamento classificou o episódio como "acidente aeronáutico". Na aeronave que pousou em Viracopos (PT-MRL) foi encontrado um "calço hidráulico" nas tubulações que conduzem o fluido hidráulico, o que impediu o baixamento do conjunto do trem de pouso. O secretário de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Antônio Marques Peixoto, explicou que o termo "calço hidráulico" significa que uma pressão excessiva impediu o movimento de uma peça ou sistema. "Ainda não sabemos o que originou essa pressão", afirmou. O DAC informou que por causa "dos ocorridos", toda a frota de aeronaves da companhia aérea foi inspecionada pelo setor de manutenção. Também foram realizados testes estáticos. "Nada foi encontrado digno de registro", informou a nota do DAC. Nos dois casos, as caixas pretas foram decodificadas e estão sendo interpretadas. Acre O mau tempo pode ter sido a causa do acidente com o avião Brasília, da Rico Linhas Aéras, que caiu na última sexta-feira, no Acre. A instabilidade climática "dificultava sobremaneira a visibilidade" sobre Rio Branco e "até o momento", é considerada o principal "fator contribuinte" para o acidente, segundo o texto divulgado pelo DAC. O órgão informou ainda que a Rico será submetida a uma Vistoria de Segurança de Vôo. O trabalho dos técnicos para chegar às causas do acidente foi dificultado porque as caixas pretas apresentaram problemas técnicos e seus dados não puderam ser aproveitados. O painel de instrumentos da aeronave, no entanto, ainda pode esclarecer a causa da queda. Ele será levado para os laboratórios do Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA), da Aeronáutica, em São José dos Campos, a fim de que as indicações de parâmetros de vôo sejam verificados. Os motores também seguirão para o CTA. Durante a vistoria a que a Rico será submetida, o DAC vai verificar os parâmetros de instrução e treinamento, além das condições fisiológicas e psicológicas dos tripulantes, de acordo com os protocolos internacionais de investigação de um acidente aeronáutico.

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