Falhas múltiplas afundaram a P-36

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Por Agencia Estado
Atualização:

O relatório sobre as explosões que provocaram o afundamento da plataforma P-36, da Petrobrás, vai apontar um conjunto de fatores e não apenas uma causa para o acidente. A comissão que apura as circunstâncias do desastre, que deixou 11 mortos, está chegando à conclusão de que houve falhas múltiplas, segundo informou ao Estado um dos técnicos envolvidos no processo. Esses erros iriam desde o confinamento de um tanque de gás numa das colunas de sustentação da plataforma até a demora na troca de equipamentos que apresentavam defeito. Nesta terça-feira, a Petrobras emitiu nota informando que, devido à complexidade dos trabalhos de investigação ? a plataforma afundou a uma profundidade de 1.360 metros, impossibilitando perícia detalhada no local do acidente ? a comissão de sindicância solicitou prorrogação do período para conclusão do relatório. O documento deveria ficar pronto na próxima sexta-feira, mas dentro deste prazo será entregue à direção da Petrobrás apenas ?um relatório de progresso das investigações, com a indicação das evidências que, até aquela data, apontem para os cenários e causas mais prováveis do acidente?. A comissão, composta por representantes da Petrobras, da Coordenadoria de Pós-Graduação em Programas de Engenharia (Coppe) da UFRJ, da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Bacia de Campos e do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, conta com o assessoramento da empresa de certificação norueguesa Det Norske Veritas (DNV). Os técnicos já chegaram a um consenso de que diversos procedimentos contribuíram para as explosões do dia 15 de março (a plataforma afundou cinco dias depois). Agora a dificuldade está na ?avaliação quantitativa?, ou seja, na determinação de quais fatores tiveram maior ou menor peso. Para isto estão sendo feitos cálculos matemáticos e utilizado um programa especial de computador. O relatório preliminar listará todos os aspectos que tiveram alguma influência no acidente.

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