Fala sobre crise política pode prejudicar Marta, diz consultora

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Por Agencia Estado
Atualização:

A consultora do Grupo Estado para análise de pesquisas eleitorais, Fátima Pacheco Jordão, acredita que o argumento utilizado pela prefeita de São Paulo e candidata à reeleição, Marta Suplicy (PT), de que se a oposição vencer na cidade poderá haver uma crise política, dificilmente ajudará a campanha petista. "Essas declarações podem até mesmo ter um efeito negativo", avaliou a consultora, em entrevista à Agência Estado. Para Fátima Jordão, dificilmente os eleitores serão levados a esse raciocínio mais complexo apresentado por Marta, de federalização do debate. "Ela (Marta) está jogando xadrez enquanto o eleitor está jogando damas", avaliou. Para a consultora, as declarações da prefeita podem ter um efeito negativo em razão do forte contra-argumento do adversário José Serra (PSDB), de que a candidata petista está desqualificando o processo democrático. Ao comentar as razões que poderiam ter levado a petista a utilizar esse tipo de argumento, a consultora disse que o PT dá sinais de que está se preocupando um pouco mais com a eleição na cidade de São Paulo. "O PT dava como ganha (as eleições na Capital) e fez cálculos pretensiosos sobre isso", afirmou. Outro sinal dessa reavaliação petista foi a entrada do ministro da Fazenda, Antônio Palocci na campanha. Apesar da avaliação, Fátima Jordão acredita que o PT não está derrotado em São Paulo. Para ela, os sinais de recuperação da economia podem ser um grande aliado do PT nessas eleições. "Se esses dados começarem a ter registro positivo, real e concreto na vida das pessoas (como o poder de compra), e não significarem apenas números macroeconômicos, sem dúvida ajudará muito", disse. Fátima, porém, disse que o tempo para verificar esse impacto é muito curto, se for levado em conta que o primeiro turno das eleições será realizado em menos de um mês. Se o PT pode contar com a "ajuda" da recuperação do quadro econômico, Fátima afirma que o PSDB tem um grande aliado, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. "Este apoio é valioso, a campanha tucana vendeu o conceito de um governo em parceria, de projetos em parceria. E ele só entrou no momento em que a Marta (candidata do PT) começou a utilizar o nome dele também para falar das parcerias." De acordo com a consultora, a prefeita "embarcou na popularidade de Alckmin". E o governador entrou na campanha, não necessariamente para alavancar a candidatura de José Serra, mas para evitar que sua imagem e o conceito de colaboração mais próximo fosse utilizado pelos outros partidos, mais especificamente o PT.

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