04 de janeiro de 2012 | 21h50
Muito emocionado, o italiano comemorou o retorno ao Estado e mostrou disposição para reassumir sua antiga paróquia. Miracapillo foi denunciado aos militares pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP/PE). A expectativa de amigos e religiosos locais é de que o padre possa reassumir a paróquia de Ribeirão após a conclusão do processo de revalidação do visto. A decisão, no entanto, depende de um acordo entre o Vaticano e a Igreja do Brasil e da Itália. Durante a entrevista coletiva, Miracapillo ressaltou seu amor pelo País e a alegria de poder retornar para "junto de seu povo". "Sempre me senti em casa no Brasil, especialmente aqui em Pernambuco. Foram muitos anos de expectativa e fé. E hoje estou aqui, de volta aos amigos, aos irmãos queridos", comemorou. Por todo o lugar em que passou durante o dia, o religioso foi acompanhado pela multidão, que cantava sem parar Vito, Vito, Vitória.
Para o casal Edson e Maria Dulce Reis, que durante todo o dia seguiram os passos do religioso, o retorno de Miracapillo tem um forte valor emocional. "Ele celebrou nosso casamento e dois anos depois o batizado de nosso primeiro filho. Sofremos muito quando ele teve que ir embora. Na época de sua expulsão houve muita revolta na cidade. Mas ele agiu corretamente, como um homem de Deus. O Brasil não era um país livre com os militares, então, como celebrar a independência?", questionou Edson. Nas próximas semanas, Vito Miracapillo vai celebrar missas nos municípios pernambucanos de Ribeirão e Palmares, como convidado da Arquidiocese de Olinda e Recife.
O advogado do padre, Pedro Eurico, afirmou que o processo de regularização do visto deve durar até 30 dias. Durante este período, Miracapillo ficará no País com visto de turista, que dá direito a até três meses de permanência em território nacional. Em Ribeirão, a população se prepara para receber o padre, no final da semana, com uma grande festa.
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