Exército quer dispensar 44 mil recrutas neste mês

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Por Agencia Estado
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O Exército propôs nesta quinta-feira ao presidente Fernando Henrique Cardoso a dispensa, no fim deste mês, de 44 mil recrutas que começaram a servir a Força em 26 de março. Se Fernando Henrique concordar com a proposta, esta será a primeira vez na história do país que recrutas cumprirão apenas quatro meses de serviço militar obrigatório. A redução do tempo do serviço militar é para tentar compensar os cortes de R$ 580 milhões no Orçamento do Exército. Nesta quinta à tarde, o ministro da Defesa, Geraldo Quintão, enviou a Fernando Henrique a proposta do Exército para conter gastos. Em março, foram incorporados 52 mil recrutas, que deveriam ser dispensados somente no fim de novembro. É do total de 52 mil que o Exército quer dispensar os 44 mil recrutas - sobrariam apenas oito mil homens para servir até novembro. Paralelamente à proposta de antecipar o licenciamento de 44 mil recrutas, o Exército decidiu adiar por 60 dias a convocação de cerca de 18 mil homens, que fazem parte do segundo grupo do serviço militar obrigatório deste ano. Este homens serão incorporados ao Exército apenas em 2 de setembro, e a previsão é que deixem a força em julho de 2003. O comandante do Exército, general Gleuber Vieira, também suspendeu o pagamento do auxílio-transporte e do auxílio pré-escolar para os militares. No nota divulgada nesta quinta à noite, o Exército explica que a suspensão desses pagamento deu-se "por absoluta ausência de recursos específicos que permitam cumprir esse reconhecido direito pecuniário". O Exército decidiu ainda restringir o horário de funcionamento de algumas organizações militares e as atividades de apoio à ala governamental não ligada à atividade fim da Força. Também foi definida a limitação de gastos para comemorar o dia 25 de agosto, Dia do Soldado, e o 7 de setembro, Dia da Independência. Na nota divulgada nesta quinta, o Exército informa que diminuirá ainda os efetivos empenhados na guarda do patrimônio público e nas atividades de cerimonial. O Exército estuda também a desativação de algumas de suas unidades, caso as restrições orçamentárias continuem ocorrendo. "O Exército julga primordial enfatizar que as presentes medidas tiveram de ser tomadas como inadiável adequação ao grave quadro de restrições orçamentárias", justifica a nota.

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