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Exército define pensão para viúva e 4 filhas de Prestes

Maria do Carmo Prestes e as quatro filhas do segundo casamento terão direito a uma pensão militar de R$ 9.204,48, a ser dividida entre as cinco

Por Agencia Estado
Atualização:

Em portaria publicada no Diário Oficial desta sexta-feira, 18, o Comando do Exército transferiu para o regime de anistiado político o ex-líder comunista Luiz Carlos Prestes, que morreu em 1990. A portaria reconhece também a Prestes o direito às promoções da carreira militar ao posto de coronel, tendo direito aos vencimentos de general de brigada. Isso permitirá à sua viúva, Maria do Carmo Prestes, e às quatro filhas do segundo casamento direito a uma pensão militar de R$ 9.204,48, valor a ser dividido entre as cinco. Anita Leocádia, filha de Prestes com sua primeira mulher, Olga Benário, não foi relacionada entre as beneficiárias da pensão. ´Cavaleiro da Esperança´ Luís Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre, em 1898, e morreu em 7 de março de 1990, no Rio de Janeiro. Casado com Olga Benário, morta na Alemanha pelos nazistas, Prestes foi secretário-geral do Partido Comunista do Brasil (posteriormente Partido Comunista Brasileiro). Formou-se em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e trabalhou na área graduado como tenente. Em 1924, o já capitão Prestes liderou um grupo rebelde que atravessou o Rio Grande do Sul até chegar a Foz do Iguaçu (PR), onde encontrou um contingente paulista. Era formada a Coluna Prestes, movimento político-militar que, entre 1925 e 1927, se deslocou pelo interior do país pregando reformas políticas e sociais e combatendo o governo do então presidente Arthur Bernardes e, posteriormente, de Washington Luís. Apelidado de ´Cavaleiro da Esperança´, Prestes liderou 1.500 homens, que percorreram 25 mil quilômetros pelo Brasil em dois anos e meio de atividade. O movimento não conseguiu derrubar Washington Luís. Mas a reputação alcançada com o sucesso da marcha colaborou com o cenário que culminaria com a Revolução de 30 - Prestes foi convidado por Getúlio Vargas para comandar militarmente a revolução, mas recusou-se a apoiar o movimento. Intentona Comunista Em março de 1935, foi criada a Aliança Nacional Libertadora (ANL), constituída de ex-tenentes, comunistas, socialistas e líderes sindicais. Luís Carlos Prestes foi convidado para a presidência de honra da organização. Em nome da ANL, Prestes divulgou um documento que requeria a renúncia do Presidente Getúlio Vargas. Em represália, o governo decretou a ilegalidade da ANL. No final do mesmo ano, liderou a Intentona Comunista, insurreição político-militar promovida pelo PCB. Em 1936, Prestes foi preso, saindo nove anos após. Ele perdeu a patente de capitão. Sua esposa, grávida, foi entregue pela polícia aos nazistas, deportada e morreu na câmara de gás no campo de concentração Ravensbrück. A criança, Anita Leocádia Prestes, nasceu em uma prisão na Alemanha, mas foi resgatada pela mãe de Prestes, após intensa campanha internacional. Perseguição e exílio Com o fim do Estado Novo, Prestes foi anistiado, elegendo-se Senador. Assumiu a secretaria geral do PCB. O registro do partido foi cassado, e novamente Prestes foi perseguido e voltou à clandestinidade. Após o golpe de 1964, com o AI-1, teve seus direitos de cidadão novamente revogados por dez anos. Exilou-se na União Soviética, regressando ao Brasil devido à anistia de 1979. Em 1982, sai do PCB e passa a militar em diversas causas, como o não pagamento da dívida externa latino-americana e pela eleição de Leonel Brizola em 1989.

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