Exército adota plano de qualificação profissional

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Por Agencia Estado
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O Comando Militar do Leste (CML) assinou convênio com a Secretaria estadual de Trabalho e o Instituto de Professores Públicos e Privados (IPPP) para a implantação do Projeto de Qualificação de Mão-de-Obra do Exército. O programa ficará sob responsabilidade da Fundação Cultural Exército Brasileiro (Funceb) e tem por objetivo preparar recrutas e soldados para, ao se desligarem ou se licenciarem da corporação, terem melhores oportunidades no mercado de trabalho. Trata-se de um projeto piloto que absorverá R$ 338,9 mil do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), para a qualificação de 2,3 mil jovens militares, nessa primeira fase. Os recursos estão disponíveis no Plano de Qualificação do Ministério do Trabalho (Planafor). Na prática, ressaltou o superintendente da Funceb, general Wilson Aguiar, esse convênio é o início de um esforço para, além de recolocar os soldados desligados no mercado de trabalho, aumentar a auto-estima das pessoas, evitando que elas sejam recrutadas pelo crime organizado. O general destacou que, embora não haja qualquer estatística que comprove tal envolvimento, o Exército realmente se preocupa com a questão, principalmente levando em conta o fato de serem pessoas que recebem treinamento militar, sobretudo nas tropas especiais. "Realmente, existe esta preocupação, principalmente no Rio de Janeiro. Não há estatísticas, mas se apenas um ex-soldado enveredar pelo, crime já é preocupante", disse o militar. De acordo com dados do CML, todo ano 80 mil soldados se desligam e se licenciam do serviço militar. O General Synésio Scofano, diretor de Assuntos Culturais do Comando Militar, confirmou que não existem números que mostrem o envolvimento de ex-soldados com o crime. Mas observou que diante da falta de perspectivas o risco dessa proximidade se potencializa. "Esse projeto tem uma dimensão social muito grande. Dependendo dos resultados dessa primeira fase, estenderemos o programa para todo País". O Projeto de Qualificação de Mão-de-Obra foi possível por meio da Portaria 93, do Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP), de novembro de 2001. A Secretaria do Trabalho realizou pesquisa e listou as profissões mais requisitadas pelo mercado de trabalho, e o CML selecionou as que os recrutas possam efetivamente praticar enquanto estiverem no serviço militar, entre elas auxiliar de administração, garçom/barman, eletricista, instalador e reparador dse linhas telefônicas, vendas e administração de pousadas. "O secretário confirmou que as empresas priorizam candidatos que tenham prestado serviço militar. Acredito que esse possa ser o diferencial para os ex-recrutas competirem no mercado", disse o general Synésio.

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