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Ex-mulher de Pitta relatou 'estreita relação' com Nahas

Por FAUSTO MACEDO E RODRIGO PEREIRA
Atualização:

O cerco ao ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, preso esta manhã na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal de São Paulo sob acusação de envolvimento em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, foi fechado a partir de denúncias que sua ex-mulher, Nicéa, fez ao Ministério Público de São Paulo. Ela revelou, em depoimento formal, que Pitta mantinha "estreita relação" com o investidor Naji Nahas. Segundo a PF, grampos telefônicos mostram que remessas de valores em espécie para Pitta foram realizadas por determinação de Nahas a doleiros. Pitta foi preso em sua residência, no Jardim Paulista, por ordem do juiz federal Fausto Martin De Sanctis, titular da 6.ª Vara Criminal Federal, especializada em processos sobre crimes financeiros. O juiz decretou a prisão do ex-prefeito e de outros 23 suspeitos, entre eles Naji Nahas e o empresário Daniel Dantas, do Grupo Opportunity. Segundo Nicéa, um filho do investidor, Fernando Nahas, "entregava envelopes" para seu ex-marido. Ela revelou que certa vez, ao abrir um desses envelopes, encontrou documentos que comprovam sociedade entre Nahas e Pitta na offshore Yukon River, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. ''Maluquinho'' Lúcio Bolonha Funaro, identificado como "Maluquinho" nos diálogos gravados, seria um dos fornecedores de recursos em espécie para Nahas. Funaro teria sido sócio da Guaranhuns Empreendimentos e Participações S/C Ltda e apontado como o doleiro do mensalão, esquema de corrupção que envolveu deputados da base aliada do Palácio do Planalto e o primeiro escalão do governo Lula. A PF está cumprindo 56 mandados de busca e apreensão. Hoje foram levados para a sede da PF paulista três veículos de luxo aprendidos com os alvos da Operação Satiagraha - um Toyota Corolla, um Chrysler e um Audi Q7. Também foram recolhidos nas casas dos investigados documentos bancários, HDs (discos rígidos) de computadores e um cofre.

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