O ex-ministro chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República Luiz Gushiken, o ex-deputado federal Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho, (PT-SP), e a ex-diretora do Banco Rural, Ayanna Tenório, chegaram ao prédio da 2º Vara Criminal Federal de São Paulo, na capital paulista, onde serão interrogados nesta segunda-feira, 17, no caso que ficou conhecido como mensalão. Acompanhados de seus advogados, os três não quiseram falar com a imprensa. Veja também: ESPECIAL: os 40 do mensalão O advogado do professor Luizinho, João do Santos Gomes Filho, disse que seu cliente falaria apenas na saída. A chegada do ex-ministro Gushiken chegou a causar um princípio de confusão entre repórteres e seguranças que tentavam impedir a entrada da imprensa no saguão principal do prédio onde funciona a 2º Vara Criminal Federal. Os três estão sendo ouvidos pela Justiça por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em agosto do ano passado acolheu a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, contra quarenta parlamentares e ex-parlamentares, empresários, banqueiros, ex-ministros e ex-dirigentes do PT envolvidos no suposto escândalo do mensalão. Neste processo, Ayanna é acusada de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O ex-ministro responde por peculato, e o professor Luizinho, por lavagem de dinheiro. Os interrogatórios acontecem a portas fechadas. O esquema do mensalão - pagamento de uma suposta mesada a parlamentares para votarem a favor de projetos do governo - foi denunciado por Roberto Jefferson, então deputado pelo PTB e presidente da legenda, que acabou sendo cassado por conta de seu envolvimento. Segundo ele, os pagamentos mensais chegavam a R$ 30 mil e o esquema de repasse do dinheiro era feito através de movimentações financeiras do empresário Marcos Valério. Dos acusados de envolvimento no esquema, foram cassados José Dirceu, Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o mensalão, e Pedro Corrêa (PP-PE). Quatro parlamentares renunciaram para fugir do processo e 11 foram absolvidos. No ano passado, o STF transformou em réus 40 acusados de integrar o esquema. Com esses depoimentos, será encerrada a fase de interrogatórios e terá início a fase de audição das testemunhas. O número de réus deste processo caiu de 40 para 39 porque o ex-secretário geral do Partido dos Trabalhadores (PT) Silvio Pereira fez um acordo com a Justiça para prestar serviços comunitários. Por essa razão, deixou de ser réu no processo. (Com Elizabeth Lopes, da Agência Estado)