Ex-diretor corre risco de perder aposentadoria

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Por Leandro Colon
Atualização:

O ex-diretor do Senado João Carlos Zoghbi corre o risco de ser demitido do serviço público. Além do inquérito da Polícia Federal, o funcionário, que comandava uma folha de pagamento de R$ 2,1 bilhões anuais, sofrerá um processo administrativo por conta das denúncias de desvios de recursos ligados a empréstimos consignados. A abertura do processo foi resultado de uma sindicância preliminar que apontou responsabilidade de Zoghbi no caso dos empréstimos. Ele deixou a diretoria de Recursos Humanos em março após a revelação de que repassou aos filhos um apartamento funcional do Senado. Pediu então a aposentadoria, benefício que pode perder em caso de demissão. Apadrinhado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), Zoghbi transformou o Senado num negócio em família. O Estado revelou na quarta-feira que um filho dele, João Carlos Zoghbi Júnior, e um irmão, Luis Fernando, foram nomeados por meio de atos secretos para trabalhar na diretoria-geral da Casa. Os dois se somam a outros sete parentes exonerados em outubro do ano passado durante o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o nepotismo. Entre eles está Denise Ramos Zoghbi, mulher do ex-diretor de Recursos Humanos. Ela comandou o Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), órgão do Senado. Com a revelação de que pôs uma babá como laranja numa empresa de consultoria de crédito consignado, Zoghbi decidiu disparar acusações, mirando a maioria delas no ex-diretor-geral Agaciel Maia e nos ex-primeiros-secretários da Mesa Diretora Efraim Morais (DEM-PB) e Romeu Tuma (PTB-SP). O ex-diretor acusou os três de participar de um esquema de fraudes envolvendo empresas terceirizadas. Pressionado, recuou logo depois.

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