Ex-deputado pede abertura de holerites de familiares

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Por Fausto Macedo
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O secretário-geral do PPS e presidente do partido no Paraná, Rubens Bueno, desafiou ontem o governador Roberto Requião (PMDB) a abrir publicamente os holerites de seus familiares empregados no Palácio das Araucárias. "Um professor com 30 anos de serviço ganha menos da metade do que ganha em média a família Requião na administração", disse. Em seu terceiro mandato, o peemedebista nomeou diversos familiares, inclusive a mulher, irmãos e sobrinhos, admitidos sem concurso público de provas e títulos. "O governador emprega seus parentes sob o argumento de que são competentes e preparados, como se o resto da população não o fosse, como se os 10 milhões de paranaenses fossem incompetentes e despreparados", argumenta Bueno. "Se os familiares do governador são tão competentes, por que não fazem concurso?" Para o presidente do PPS, o governador "usa o serviço público do Paraná como se fosse uma propriedade particular". Ex-deputado federal, Bueno é autor de ações populares contra o nepotismo no Executivo do Paraná. "O governador não recua, isso contamina outros Poderes, porque é a autoridade maior do Estado que dá esse péssimo exemplo. Os vencimentos da família Requião são muito superiores aos daqueles que entram no funcionalismo pela via do concurso", sustenta Bueno. O governador admite que emprega a família. "Tenho parentes no governo, mas sou absolutamente contra o nepotismo. A restrição a uma pessoa competente por um laço familiar é estupidez. Nepotismo é favorecer pessoas indevidas em cargos públicos." VOLUNTÁRIO Lúcia de Mello e Silva Arruda, irmã de Requião, citada pelo PPS, dirige o Provopar Ação Social. Segundo o PPS, ela ganha R$ 11.925. Lúcia nega e afirma que não recebe nada. "Realmente sou irmã do governador e presidente do Provopar Ação Social, todavia, não recebo nenhum tipo de remuneração, muito menos possuo cargo junto ao governo do Estado", afirmou à reportagem do Estado. Segundo Lúcia, o Provopar Ação Social "é pessoa jurídica de direito privado, entidade filantrópica com intensa atuação na área social e de geração de emprego e renda do Estado, sem nenhuma finalidade econômica ou lucrativa e não compõe a estrutura do Estado". A diretoria do Provopar, anotou Lúcia, é composta por membros voluntários. "É vedada qualquer remuneração aos membros que compõem sua diretoria. Jamais tive cargo remunerado junto ao governo do Estado. A função que ocupo é voluntária." Ela atribui a inclusão de seu nome a "informações de pessoas mal-intencionadas".

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