EUA têm nova embaixadora no Brasil

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Por Agencia Estado
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A embaixadora Donna J. Hrinak assume oficialmente amanhã a representação dos Estados Unidos no Brasil, em um momento em que ambos os países se mostram pouco afinados em questões políticas mundiais e em potencial confronto na Organização Mundial do Comércio (OMC), por conta das restrições às importações de aço brasileiro. Hrinak entregará suas credenciais ao presidente Fernando Henrique Cardoso na tarde de amanhã e ocupará o cargo que seu governo deixou vago ao longo dos últimos 14 meses. O último embaixador americano no País, o advogado Anthony Harrington, deixou o posto em fevereiro do ano passado. Hrinak foi indicada para o posto em julho do ano passado pelo presidente George W. Bush, e teve seu nome aprovado pelo Congresso de seu país no mês passado. Entre julho de 2000 e meados do ano passado, exercia a função de embaixadora dos Estados Unidos na Venezuela - país que viveu, há duas semanas, um golpe de Estado inicialmente comemorado pelo governo americano. Antes disso, havia representado seu país na Bolívia, de 1997 a 2000, e na República Dominicana, de 1994 a 1997. Embora tenha acentuado em seu discurso ao Senado americano a ação tortuosa dos Estados Unidos na democracia latino-americana no passado, e também tenha defendido o papel dos dois países no combate à pobreza, Hrinak deverá enfrentar em território brasileiro mais animosidades que convergência de interesses. O Brasil já indicou que esperará até julho por uma resposta favorável de Washington para a exclusão de um dos semi-acabados de aço da lista de produtos atingidos pelas salvaguardas americanas. Se não a obtiver, tenderá a levar sua queixa à OMC. O País também se prepara para questionar os subsídios dos Estados Unidos a seus produtores de soja. As divergências sobre o andamento da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) deverão se acirrar em setembro, quando os Estados Unidos deverão apresentar sua oferta para a redução de tarifas de importação de bens. No plano político, boa parte da diplomacia brasileira estranha a atitude do atual governo americano em relação aos organismos multilaterais e à defesa da democracia nas Américas. Ainda se mostra inconformada com o processo movido por Washington para demitir o embaixador brasileiro José Maurício Bustani da direção-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq). Diplomata de carreira, Hrinak traz a vantagem profissional de ter servido no Consulado-geral dos Estados Unidos em São Paulo nos anos 80. Nesse período, expandiu seus conhecimentos sobre o Brasil e empenhou-se em aprender o português. Foi em São Paulo que nasceu seu único filho, Wyatt, de 17 anos. De origem polonesa, Hrinak nasceu na Pensilvânia e é casada com o mexicano Luis Flores, que a acompanhará em seu período em Brasília.

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